Onze em cada dez críticos não tinham dúvida em prognosticar a vitória do então líder Inter sobre o Corinthians mesmo em Itaquera, no sábado (31).
Está bem, por óbvio, a conta é mera força de expressão, mas oito especialistas do SporTV foram unânimes em não prognosticar a vitória corintiana: três optaram pelo empate —Alex Escobar, Grafite e Muricy Ramalho—, certamente por apostarem numa poderosa retranca alvinegra bem-sucedida.
Outros cinco, entre estes dois corintianos, previram a vitória colorada. Do grupo fez parte o vizinho PVC, cujos palpites sempre vão além de meros palpites, porque sempre respaldados, em seu excelente blog, por informações e análises precisas, como é de seu feitio.
Normalmente os protagonistas da surpresa desabafariam nas entrevistas pós-jogo, do presidente ao treinador, do goleiro ao ponta-esquerda, com o velho chavão em resposta aos críticos: “Calamos os críticos”.
Verdade que não houve ninguém que o fizesse, bom sinal, demonstração de humildade, talvez porque nem eles mesmos acreditassem que fosse possível.
Este que vos escreve não se eximirá: também previu vitória gaúcha e considerava o empate resultado espetacular, temeroso até de novo atropelamento como o imposto pelo Flamengo no eloquente 5 a 1 de dias atrás.
Não será menos verdade dizer que o técnico Vagner Mancini adotou a prudência ausente no confronto com os rubro-negros, embora sem abandonar alguma iniciativa e sem atuar com o time inteiro atrás da linha da bola.
Impossível não lembrar de Fábio Carille e seu estilo de jogar por uma bola, com marcação severa, atenta durante os 90 minutos —e foram mais de 100—, o tal jogo reativo.
No sábado, mais que reativo: realista.
O resultado foi o que se viu: o Corinthians achou uma bola em grande jogada de Cazares e arremate perfeito de Matheus Davó.
O gol, marcado quando ainda faltavam 12 minutos para terminar o primeiro tempo, parecia ter saído muito cedo para cutucar a onça colorada, mas fato é que Cássio não precisou fazer nenhuma defesa e as chances do Inter se resumiram a perdida por Edenilson, com 14 segundos de jogo, e a salva por Gil, em jogada de Patrick, no início do segundo tempo.
Mestre Armando Nogueira sempre ensinou que fazer previsões em futebol é gesto temerário que deveríamos evitar.
A avó de Matheus, orgulhosa, assinaria embaixo.
São Paulo campeão?
Em 13 dos 17 Brasileirões disputados em pontos corridos quem chegou na frente no primeiro turno terminou com a taça nas mãos. E o São Paulo, com três jogos ainda a disputar, não só pode ser o campeão simbólico como pode terminar quatro pontos na frente de Inter e Flamengo, embora o Galo possa chegar a 38 pontos.
Os mesmos oito especialistas que foram unânimes em não apontar vitória corintiana também deixaram o São Paulo sem nenhum palpite a seu favor no jogo do Maracanã.
Foram sete indicações da vitória carioca e um empate, concessão generosa de Muricy Ramalho, talvez se fiando na estreia de Fernando Diniz no tricolor, quando arrancou surpreendente 0 a 0 contra o então time de Jorge Jesus, em 2019.
Até eu que sou mais bobo fecharia o placar em 8 a 1.
Pois erramos todos!
O São Paulo não só venceu como teve desempenho exemplar no Maracanã ao golear o Flamengo por 4 a 1, com atuação histórica de Tiago Volpi ao pegar dois pênaltis e fazer o lançamento para o quarto gol. Jogaço!
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