Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Goleadas de Corinthians e Flamengo precisam ser medidas sem euforia

Muito mais valor teve a vitória palmeirense no Choque-Rei, por exemplo

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Lá vem o chato, chato aqui, chato acolá. Lá vem o chato para ver o que é que há.

O mesmo chato que reclama quando o Palmeiras vence um clássico só por 1 a 0, e na casa do rival, como aconteceu no último Choque-Rei no Morumbi.

Depois de dez minutos brilhantes, inaugurado o marcador, em vez de seguir dominante, o alviverde deu a bola para o São Paulo e tomou sufoco, bola na trave e o diabo a quatro. Venceu novamente, é verdade, não há como negar, mas poderia mostrar mais, alegrar mais, fazer sua torcida mais feliz em vez de respirar aliviada só quando se dá o apito final.

"O que mais pedir de Abel Ferreira, bicampeão da Libertadores?", pergunta o torcedor pragmático aos chatos de plantão.

Pedir, por exemplo, as exibições de gala dos times do povo no último sábado (12) diante de mais de 100 mil torcedores, 40 mil em Itaquera, 63 mil no Maracanã.

Corinthians goleou a Ponte Preta por 5 a 0 na Neo Química Arena, pelo Campeonato Paulista
Corinthians goleou a Ponte Preta por 5 a 0 na Neo Química Arena, pelo Campeonato Paulista - Rodrigo Coca - 12.mar.2022/Agência Corinthians

A Ponte Preta caiu de 5 e o Bangu de 6 diante de Corinthians e de Flamengo, respectivamente. Que maravilha, a girar!

Sim, a bola girava de lá para cá, de cá para lá, não está mais comigo, vai buscar no fundo da rede.

Assim fizeram o augusto alvinegro Renato, o rubro-negro Don Arrascaeta, Paulinho e Gabigol, para alegria da Fiel, para euforia da Nação, que reencontrou o Flamengo no Maracanã de tapete novo e impecável, como merece o santuário.

Está tudo muito bom, está tudo muito bem, mas, contradição! Muito mais valor teve a vitória palmeirense no clássico que as goleadas sobre os times de Campinas e de Bangu, ambos nos penúltimos lugares do Paulistinha e do Carioquinha.

Já se disse à exaustão que quando um time muito melhor encontra adversário inferior tem a obrigação, até por respeito ao rival e à torcida, de golear.

Daí a considerar que Vítor Pereira é mágico e transformou o Corinthians em máquina de gols, ou que Paulo Souza enfim encontrou o Flamengo ideal vai enorme diferença.

Pereira, de fato, conseguiu mostrar como quer o time dele sedento pela bola, procurando recuperá-la cada vez que a perca, intenso, rápido, no automático. Mas sabe que a Ponte Preta facilitou a vida corintiana, quase como tirar doce da boca de criança.

Do mesmo modo que hão de ter contado a Paulo Souza sobre a falta que o Maracanã faz ao time do Flamengo, porque é lá que a Nação adora de cantar "oh, meu Mengão, eu gosto de você".

A eletricidade que vem da arquibancada foi fartamente responsável pelo massacre sobre o time de Moça Bonita, tão frágil e indefeso como o da Macaca campineira.

Daí ser possível projetar jogos muito interessantes na reta final dos bolorentos estaduais.

Tanto em São Paulo quanto no Rio, embora por motivos e situações diferentes.

No Rio as semifinais começam neste meio de semana, mas nem Vasco nem Botafogo parecem capazes de superar a dupla Fla-Flu. Por isso, prova de fogo mesmo teremos se acontecer, como se prevê, a decisão entre rubro-negros e tricolores, com gosto de vingança para Abel Braga.

Em São Paulo, já nesta quinta-feira (17) teremos o embate entre Abel Ferreira e Vítor Pereira, que rimam, mas têm soluções diferentes.

O primeiro gosta de deixar a bola com o oponente, o segundo a quer para ele.

Será que mesmo na casa verde, no Dérbi com torcida, o português alviverde deixará o esférico com o lusitano alvinegro?

​O jogo não decide nada, nem por isso será indiferente.

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