Palmeiras e Atlético-MG foram campões estaduais com os pés nas costas nos jogos finais. Os dois com apenas uma derrota, a do Galo, com time misto, para a URT, em Patos de Minas.
Nada que turvasse o tricampeonato mineiro e a vitória categórica na decisão com o Cruzeiro por 3 a 1. A única derrota palmeirense foi diferente, também por 3 a 1, no jogo de ida para decidir o campeonato.
Se então deixou interrogações sobre sua capacidade de reação na partida de volta, o que se viu na casa verde não deixou a menor sombra de dúvida sobre quem manda no futebol paulista.
Com meia hora de jogo já havia tirado a vantagem obtida pelo rival no Morumbi e guardou energia para liquidar a parada no segundo tempo, com mais dois gols, fazer 4 a 0 e vencer por 5 a 3 no placar agregado.
Duas diferenças dignas de nota do primeiro jogo para o segundo: o pênalti mal dado para o São Paulo em sua casa não foi compensado por outro no estádio palmeirense, porque o intervencionismo do VAR, se intimidou o jovem assoprador de apito do jogo de ida, não convenceu o experiente do da volta.
Verdade que por pura teimosia, o 2 a 0 verde, de Zé Rafael, nasceu de falta que o VAR observou e o assoprador virou-lhe as costas.
A outra diferença esteve na presença de Danilo, autor do primeiro gol e, aos 20 anos, capaz de jogar como se fosse veterano.
Abel Ferreira pôs o time para jogar com absoluta confiança de que era possível virar e Raphael Veiga, com a marcação do terceiro e quarto gols da goleada, pôs a teoria em prática com atuação soberba.
Parecia mais difícil para o Palmeiras virar sobre o tricolor paulista do que para o Flamengo sobre o carioca.
E o rubro-negro não conseguiu o que o alviverde obteve com enorme facilidade, como se tirasse doce da boca da meninada são-paulina que havia quebrado a invencibilidade esmeraldina.
Este é o gosto que ficaria para os meninos de Rogério Ceni, não fosse terem caído de quatro, sem sequer ameaçar de verdade o goleiro Weverton, tão feliz com a conquista que chegou a dizer que as circunstâncias foram mais memoráveis até que o bicampeonato da Libertadores.
Palmeiras e Atlético-MG se apresentam como os dois maiores papões no Campeonato Brasileiro, porque o Flamengo parece viver o mais comum em nosso futebol, a dificuldade em se manter por cima, apesar do belíssimo elenco que tem, ao menos no papel.
Salto alto um dia quebra e o Fluminense ensinou aos da Gávea que as Laranjeiras merecem respeito ao superá-los em dois jogos, o que é incomum quando a diferença técnica é tão grande, como, por outro lado, o Palmeiras confirmou.
Copa Infame
O governo do Qatar nega, mas o respeitado jornal inglês The Guardian garante que já morreram nada menos de 6.500 trabalhadores imigrantes envolvidos com a construção de estádios e cidade para receber a Copa do Mundo de 2022.
As condições de trabalho seguem sendo descritas como desumanas, em alojamentos e condução sem ar condicionado sob o forte calor qatari.
A festa do sorteio foi belíssima, com mulheres predominando, com negros se misturando aos brancos, o mascote muito simpático, e com o presidente da FIFA, Gianni Infantino prometendo a melhor Copa de todos tempos. Pura propaganda.
O Qatar fechará o ciclo iniciado na África do Sul com os torneios em países de pouco controle social.
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