Nas primeiras duas vezes em que Corinthians e Fluminense se enfrentaram ninguém venceu.
Corria o ano de 1933 e houve dois empates, por 4 a 4, nas Laranjeiras, em amistoso e, ainda no mesmo estádio Álvaro Chaves, por 0 a 0, pelo Torneio Rio-São Paulo.
No mesmo ano, também pelo Rio-São Paulo, no Parque São Jorge, os paulistas venceram por 2 a 1.
No quarto jogo, só sete anos depois, de novo nas Laranjeiras, os cariocas deram o troco, por 5 a 3.
De lá para cá foram tantos encontros que o da noite de quinta-feira (15) é o 118º, com 34 empates, 42 vitórias tricolores e 41 alvinegras.
Caberá à Fiel empatar o placar geral porque, time por time, há também equilíbrio e o futebol jogado pelos jogadores de Fernando Diniz tem sido melhor que o dos comandados por Vítor Pereira.
Verdade que em Itaquera o Corinthians tem obtido os resultados de que precisa quando enfrenta equipes de seu nível, embora o Fluminense seja visitante regular.
Quem vencer estará nas finais da Copa do Brasil, e o empate, como se sabe, levará à decisão à marca do pênalti.
O corintiano aposta na presença do veterano Renato Augusto, 34, e o tricolor se preocupa com a ausência do jovem meio-campista André, suspenso.
Difícil escolher o mais importante Corinthians x Fluminense da história, mesmo que seja fácil apontar o maior, o que até hoje é motivo de espanto em qualquer lugar do mundo e até virou documentário: a famosa semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976, quando calculados 70 mil fiéis transformaram a Via Dutra em Avenida Corinthians e dividiram o Maracanã, com 146 mil torcedores, em jogo único, decidido nos penais, com triunfo alvinegro, sob formidável tempestade no verão do Rio de Janeiro.
Registre-se que o fator decisivo daquela tarde de domingo teve tanto a ver com a energia do fenômeno vivido nas arquibancadas quanto com a chuva, porque o Fluminense, chamado de "A Máquina", era muito superior.
Basta dizer que os grandes nomes corintianos eram os laterais Zé Maria e Wladimir, enquanto o Fluminense tinha Carlos Alberto Torres, Edinho, Carlos Alberto Pintinho, Doval, Dirceu e, sobretudo, Roberto Rivellino, dois anos antes injustamente saído do Corinthians, como se fosse o culpado pela perda do título estadual de 1974, quando já havia 20 anos de jejum alvinegro.
A resposta veio em 1984, em dois jogos também pelas semifinais do Campeonato Brasileiro, com vitória do Flu, no Morumbi, com 95 mil torcedores, por 2 a 0, e empate sem gols, no Maracanã, com 118 mil.
A ironia estava em que, aí, o time estrelado era o paulista, com o goleiraço Carlos, Édson, Juninho, Wladimir, Zenon, Eduardo, Casagrande e, sobretudo, Sócrates.
O Flu, então, consagrou o goleiro Paulo Vitor, Ricardo Gomes, Branco, o paraguaio Romerito e o Casal 20, Washington e Assis.
Duas lendas estarão defendendo as metas nesta decisão —Cássio, 35 anos, e Fábio, a 15 dias de completar 42. A ambos pode estar reservado papel fundamental em caso de empate nos 90 minutos.
Para evitá-lo o Flu tem a máquina de gol argentina, Gérman Cano, 34.
Ao Corinthians resta confiar em Yuri Alberto, 21.
Tricampeões em 1995, 2002 e 2009, os paulistas sonham com o tetra, e os cariocas, campeões em 2007, com o bi.
É razoável que a rara leitora e o raro leitor queiram um palpite do colunista.
Pois ficarão querendo…
Até domingo.
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