Ao São Paulo o empate no clássico serviu apenas para manter a escrita de não perder para o rival no Morumbi. O desconforto da proximidade com a zona do rebaixamento permanece, apenas cinco pontos acima dela.
Ao Corinthians significou sair do G4 pela primeira vez em 26 rodadas do Campeonato Brasileiro.
Verdade que trouxe um certo alento pelas presenças de Renato Augusto e Fagner no segundo tempo, principalmente o primeiro, nomes certos para o jogo de volta das semifinais da Copa do Brasil contra o Fluminense, em Itaquera, na quinta-feira (15).
O Majestoso teve um andamento razoável, com o alvinegro melhor nos primeiros 15 minutos, até abrir o placar, e com o tricolor superior ao empatar ainda no primeiro tempo.
A metade final teve a presença de Renato Augusto para trazer inconteste superioridade ao Corinthians, muito mais perto de fazer o 2 a 1 que os donos da casa.
O clássico, ao cabo, não choveu nem molhou na fria tarde paulistana de 14°C e, com 46 mil torcedores, esteve longe do clima épico que cercou a classificação tricolor para disputar a final da Copa Sul-Americana.
A seca é tamanha na vida são-paulina que quase houve volta olímpica depois da eliminação do fraco Atlético Goianiense, como se fosse uma façanha.
Vamos combinar que glorioso será se o São Paulo eliminar o Flamengo nesta quarta-feira (14), no Maracanã, e superar a desvantagem de dois gols.
Mas o torcedor está pouco interessado no tamanho das conquistas, tanta vontade tem de ver o time novamente campeão, seja do torneio que for.
Já o corintiano sabe que chegar à decisão da Copa do Brasil parece o máximo, ainda mais porque em dois jogos.
Ansiedade derrotada
Era fundamental para o líder Palmeiras fazer os três pontos disputados em casa com o lanterna Juventude.
De certa forma, enfrentar o último colocado parecia o ideal se o desafio fosse visto apenas pelos olhos da racionalidade.
Quem curte futebol sabe que o racional passa ao largo dos acontecimentos no gramado, natural ou artificial.
É frequente o adversário fraco, aquele que obrigatoriamente tem de ser vencido, se transforme no mais difícil.
Imagine, se a vitória não acontecesse, o tamanho do temor despertado na torcida palmeirense e o tom das críticas.
Daí a vitória por 2 a 1 ter sido fundamental para mostrar que o trauma da eliminação da Libertadores está superado, que talvez nem tenha sido exatamente um trauma, mas algo a ser encarado como normal, da vida e suas rugosidades.
A ansiedade foi tão marcante que o primeiro tempo deveria ter terminado com, no mínimo, 2 a 0, e acabou sem gols.
O desafogo antes do primeiro minuto do segundo tempo, sempre com Rony, digno de estátua em Parque Antárctica, durou pouco com o surpreendente e acidental empate gaúcho.
Que, por mérito alviverde, durou ainda menos, graças ao tento da vitória quatro minutos depois.
O Palmeiras marcha imponente para o título brasileiro, para muitos mais importante que o continental.
Para quem assina estas linhas, inclusive.
Convocação
A melhor notícia de Tite nem foi chamar Pedro, pedra cantada tamanha a fase do centroavante do Flamengo.
Motivo de festa mesma é a ausência de Daniel Alves, ausência que preenche uma lacuna.
Já a de Gabriel Jesus, também ótimo momento no Arsenal, parece mais com a garantia de que ele estará no Qatar do que dúvida do treinador.
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