Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Lula torce, e Pombo carrega simpatia nas asas humildes

Povo anda necessitado de trocar falsos mitos por quem tem compromisso com a maioria

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Um é pernambucano, e o outro é capixaba. Os dois dividem o país que podem unir.

O que tem apelido de molusco tem também uma incrível capacidade de sedução, e é só esperar sua posse para vê-lo exercendo-a, quem sabe para convencer, se não a minoria formada por malucos em portas de quartéis que se comunicam com o céu por sinais de luz, boa parte dos que foram enganados pelo discurso moralizante do capitão das rachadinhas.

Já o que é apelidado de ave, sem querer, dividiu a torcida brasileira com o craque imaturo e ostentador que nasceu para ser problema em vez de solução para a seleção.

Por enquanto, Lula torce, e o Pombo carrega nas asas humildes a simpatia de quem com um voleio inesquecível mostrou ser compatível fazer gols e ser empático.

Richarlison brinca com colegas em treino do Brasil - Nelson Almeida/AFP

Nesta segunda-feira (28) ele tem encontro marcado com os suíços contra quem os brasileiros jogaram duas vezes por Copas do Mundo e só empataram. No Pacaembu, em 1950, por 2 a 2, e em Rostov, na Rússia, em 2018, por 1 a 1. Há mais dois empates em amistosos, em 1956 e em 1982, três vitórias nacionais, em 1980, 1983 e 2006, além de duas derrotas, em 1989 e 2006.

Ou seja, trata-se de confronto muito equilibrado, com pequena vantagem de uma vitória brasileira, em jogos de poucos gols.

A seleção suíça terminou invicta as Eliminatórias, com cinco vitórias em oito jogos, e ficou à frente da Itália, único campeão mundial ausente no Qatar.

Pontualmente às 13h de Brasília, bem ao gosto dos adversários famosos pela precisão de seus relógios, no estádio chamado de 974 —construído com igual número de contêineres coloridos e também o número do código telefônico do Qatar.

A estreia dos suíços na vitória por 1 a 0 contra Camarões deixou muito a desejar, dominados que foram no primeiro tempo e salvos pelo gol de Embolo, nascido no país africano, logo no começo do segundo.

Como escreveu mestre Tostão, os helvéticos são aqueles que sofrem contra os times fracos e fazem os fortes sofrerem, embora tenham abandonado faz tempo o modo ferrolho de jogar, mesmo que hoje devam se apresentar cautelosos contra Richarlison e companhia.

Contra Richarlison e companhia!

Quem diria que logo na segunda apresentação a seleção poderia ser tratada assim?

Pois foi ele quem conquistou o direito, jogando bola, fazendo gols e caindo no gosto do povo que anda tão necessitado de trocar os falsos mitos por quem tem, de fato, compromisso com a maioria.

Maioria conquistada pelo Pombo e por Lula, em dois turnos.

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