Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

A Copa do Brasil dos sonhos

Quatro gigantes prometem semifinais e finais para fazer a imaginação funcionar

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"Livre pensar é só pensar", ensinou o pensador Millôr Fernandes.

Como sonhar, dormindo ou acordado. Como imaginar.

E quatro grandes torcidas têm por que dedicar horas de seus próximos dias para curtir as semifinais da Copa do Brasil, os mais ousados, ou criativos, até para projetar as finais.

O são-paulino pensa em dar ao arquirrival Corinthians o mesmo destino dado ao Palmeiras, com o bônus de quebrar a escrita de Itaquera.

Renato Augusto comemora um dos gols do Corinthians na vitória sobre o América Mineiro
Renato Augusto comemora um dos gols do Corinthians na vitória sobre o América Mineiro - Andre Pera - 15.jul.23/Pera Photo Press/Ag. O Globo

E espera ter o Flamengo em seguida, para vingar a eliminação nas semifinais de 2022 e, permitam a rara leitora e o raro leitor, o "plus a mais" de lavar a alma de Dorival Júnior, rejeitado na Gávea após a conquista.

Do outro lado, a Fiel se delícia com a ideia de manter duas escritas: a de Itaquera e a da virgindade tricolor em Copa do Brasil.

Derrotar o Flamengo em eventual final também terá duplo sabor: a revanche do ano passado e igualar o tetracampeonato dos rubros-negros.

Os gremistas tem motivos de sobras para saborear as expectativas de dobrar os cariocas para desagravar o ídolo Renato Gaúcho, igualmente dispensado sem piedade, para fazer em seguida as finais entre os Mosqueteiros ou entre os tricolores.

Entre Mosqueteiros já houve duas decisões, vencidas pelos paulistas, em 1995, e pelos gaúchos, em 2001, comandados por Tite contra Vanderlei Luxemburgo.

A tudo a Nação vê com a confiança de quem tem o melhor time e o melhor elenco do quarteto.

O primeiro passo será o de impedir que o Grêmio possa se juntar ao Cruzeiro e conquistar o hexacampeonato, além de seguir vivo para ser pentacampeão.

O segundo, contra quaisquer dos paulistas, com a confiança de quem os superou faz tão pouco tempo.
Como sonhar ainda não paga impostos, e ninguém propôs nada parecido na reforma tributária, sonhemos o sonho possível.

TAPETES MÁGICOS

Não terá sido mera coincidência que três dos quatro jogos de volta das quartas de final da Copa do Brasil tenham sido tão bem disputados.

Na Arena da Baixada, na casa verde e em Itaquera os gramados permitiram a velocidade das decisões e tanto o Flamengo quanto o São Paulo jogaram para baixo dos tapetes a alardeada vantagem dos donos de grama artificial.

Por mais que seja de se lamentar a dificuldade brasileira em assegurar gramados naturais como na Inglaterra, melhor tê-los sintéticos que esburacados.

A exceção para confirmar a regra ficou por conta do embate entre Grêmio e Bahia, outro belo jogo e em gramado encharcado, pois aí prevaleceu o ponderável argumento de que mata-mata é diferente.
Vimos quatro jogos com a intensidade que invejamos na Europa.

GLORIOSO GLORIOSO

O Botafogo encanta cada vez mais.

Venceu pela oitava vez no Nilton Santos de gramado sem buracos e somou 13 vitórias em 15 rodadas.
Mesmo quando encontra dificuldades como as contra o Bragantino, revela a eficácia que tem faltado na maioria das finalizações pelo Campeonato Brasileiro afora, e sem que Tiquinho, artilheiro do torneio, tenha marcado.

Com 26 gols, antes do jogos que completaram a 15ª rodada, só estava atrás do Flamengo, com 27, mas com a defesa menos vazada, apenas sete vezes.

E se Luís Castro poderá adiante ser motivo de saudade, Cláudio Caçapa, quatro vitórias em quatro jogos, nenhum gol sofrido, tem tudo para, amanhã, caso o Glorioso não siga com campanha tão gloriosa, ser o novo Dom Sebastião.

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