Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Copa do Brasil inédita é prêmio ao persistente torcedor do São Paulo

Torcida não se cansou de lotar o Morumbi até soltar o grito preso na garganta havia anos

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Os jogadores estão de parabéns, o treinador merece todos os elogios, mas, e não como conjunção adversativa, o grande vencedor é o são-paulino que não se cansou de lotar o Morumbi até soltar o grito preso na garganta durante tantos anos sem ser campeão de torneio realmente valioso.

Como no Brasil a Copa do Brasil é comemorada quase como se fosse o Campeonato Brasileiro, a fila terminou, o jejum acabou no segundo dia da primavera de 2023, na 23ª participação do São Paulo na disputa pela taça.

Domingo para entrar na história do mais vitorioso clube de futebol do país, com todas as honras, além do mais por ser o mais jovem entre os 12 chamados de grandes, o único ainda não centenário.

Noves fora a polêmica sobre ser ou não ser o mais popular, que ignora a obviedade de caber no Morumbi quase o dobro de torcedores que cabem, por exemplo, em Itaquera, quem sustentou a epopeia foram os excluídos da grande festa final, impossibilitados de estar nas arquibancadas pelo preço extorsivo dos ingressos.

A uma semana de completar 63 anos, o estádio viveu tarde inesquecível, pena que com a cor preta quase exclusivamente nos dois uniformes, no país cuja maioria não é branca.

No gramado não. Prevalecia o equilíbrio entre negros e brancos.

A força e a energia para coroar o esforço de Calleri e companhia vieram mais de Paraisópolis, a comunidade vizinha ao estádio, do que das tradicionais mansões da região.

O dito Clube da Fé teve a seu favor a eletricidade de gente que há anos acredita que se não foi no ano passado será neste, como acabou sendo.

E o que explica dar tanto peso à Copa do Brasil?

Ora, vale vaga na Libertadores, o troféu mais querido pelo aficcionado tricolor, e conquistado em mata-mata, sempre mais emocionante, com o bônus de ter superado pelo caminho o maior rival, Corinthians, o segundo adversário mais tradicional, Palmeiras, e, de quebra, o milionário Flamengo. Roteiro mais perfeito impossível.

Tinha de ser com drama, é claro.

A começar pela defesa de Rafael aos pés de Pedro antes do primeiro minuto.

A seguir por perder Arboleda machucado em sete minutos e sair atrás, aos 44 minutos, com gol de Bruno Henrique; por pouco não sofrer o 2 a 0 que seria fatal, para empatar cinco minutos depois com o golaço de Rodrigo Nestor, desses de lavar a alma.

O calor sufocante de 36ºC à sombra impediu disputar a primeira metade da decisão em velocidade.

A segunda, e derradeira, seria jogada também devagar, mas em outro ritmo, a morrer, como se não houvesse amanhã.

O amanhã, rara leitora são-paulina e raro leitor são-paulino, é hoje, segunda-feira (25), dia de pintar o país em três cores.

Porque o São Paulo pegou o regulamento, pôs embaixo do braço e decretou que não haveria jogo, embora tenha corrido um risco aqui, outro ali, nada de muito dramático, porque o adversário é um arquipélago formado por 11 ilhas, incapaz de formar uma Nação, coletiva.

Já a muralha tricolor estava alicerçada em mutirão em que cada um sabia o que tinha de fazer pelo outro.

Dorival Júnior ganha a taça pela segunda vez seguida, a terceira na carreira, e desfrutará silenciosamente da vingança contra o arrogante presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que abriu mão dele depois das conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores.

Baixe o pôster do São Paulo campeão

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