Do Pará ao Peru, o dinizismo correu o risco de apressar o ancelottismo.
A goleada sobre a frágil seleção da Bolívia por 5 a 1, em Belém, criou uma expectativa exagerada sobre como seria o desempenho em Lima, contra um time melhor que o boliviano, embora também fraco. Fraco e que joga com dez, porque o interminável Paolo Guerrero apenas entra em campo e tenta jogar, mas não joga.
Como não jogaram os meio-campistas brasileiros ao errar passes em profusão, Neymar inclusive, sob o olhar complacente de Fernando Diniz, que tinha Raphael Veiga no banco e o deixou na poupança.
Quando se compara o que fizeram argentinos e brasileiros nos dois primeiros jogos das eliminatórias, fica clara a superioridade dos hermanos.
Venceram em casa o bom time do Equador, por suado 1 a 0, com encantado gol de falta de Lionel Messi, e passearam na altitude de La Paz, ao fazer 3 a 0 na mesma Bolívia, e sem o melhor jogador do mundo.
Verdade que a altitude teve, como compensação, a expulsão, ainda no primeiro tempo, de um boliviano.
Tudo bem: os argentinos são os atuais campeões mundiais, com o mesmo time e o mesmo treinador há anos.
Difícil pensar na seleção brasileira jogando de ouvido como faz o Fluminense, quase automaticamente.
Porque nunca o técnico da CBF, exceção feita às vésperas da Copa do Mundo, terá tempo suficiente para treinar seus jogadores, mesmo sendo melhores que os do tricolor das Laranjeiras e, teoricamente, capazes de absorver mais rapidamente o estilo desejado.
O próximo jogo, contra a Venezuela, em Cuiabá, no dia 12 de outubro, também não deve impor maiores dificuldades, diferentemente do seguinte, contra o Uruguai, em Montevidéu, cinco dias depois.
Mas uma crítica Diniz precisa aceitar: nada justifica ter demorado tanto para mexer no time em Lima, ao ver tantos erros passes e com Raphael Veiga no banco.
Como é incompreensível a ausência de Vitor Roque na seleção principal, além da de Bruno Henrique.
AH, O SANTOS…
É famosa a foto do capitão inglês Bobby Moore ao sair do gramado do estádio Jalisco, em Guadalajara, cabisbaixo pela derrota para o Brasil, por 1 a 0, na Copa do Mundo de 1970, vestindo a camisa amarela da seleção, trocada com o Rei Pelé.
O Rei Pelé do Santos que foi o clube "campeão da técnica e da disciplina" nos tempos dele.
Hoje o Santos luta para não cair entre os homens e sua diretoria dá péssimo exemplo entre as mulheres.
A veterana santista Cristiane trocou camisas com a também veterana corintiana Grazi, amigas há 20 anos, ambas em fim de carreira, ao término do jogo pelas semifinais do Campeonato Brasileiro.
E cada uma foi para o vestiário com o manto do rival no corpo.
Grazi recebeu elogios em Parque São Jorge.
Cristiane foi multada na Vila Belmiro.
Mais: teve de pedir desculpas diante dos protestos de torcedores em suas redes, além de roubada em 20% do salário, porque a direção santista se curvou aos trogloditas.
Dizer que quem se curva diante dos trogloditas também é troglodita será um exagero.
Covarde define melhor, além de deseducador em matéria de espírito esportivo.
14 DE SETEMBRO
Dois gigantes brasileiros fariam nesta data 102 anos —e mereciam, com saúde e qualidade de vida: Dom Paulo Evaristo Arns, eterno cardeal de São Paulo, e Zizinho, o ídolo do Rei Pelé.
Tem também o meu André, 50! Um orgulho.
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