Começa nesta quinta-feira, um 7 de setembro enfim para comemorar a Independência do Brasil sem sobressaltos nem discursos fascistoides, a decisão do 11º Campeonato Brasileiro de Futebol de mulheres.
Na Fonte Luminosa, com capacidade para 20 mil torcedores e com dos mais belos nomes de estádio do país, taco a taco com o Brinco de Ouro da Princesa, do Guarani de Campinas, Ferroviária e Corinthians se enfrentarão às 16h20.
As Brabas corintianas em busca do pentacampeonato e do tetra seguido, em sua nona participação no torneio.
As Guerreiras Grenás na luta pelo terceiro título na 11ª participação.
O jogo de volta está marcado para o domingo (10), em Itaquera, às 16h.
As equipes repetem as finais de 2019, quando a Ferroviária derrubou o favoritismo disparado das rivais ao empatar em casa por 1 a 1 e no Parque São Jorge por 0 a 0 e vencer da marca do pênalti por 4 a 2.
Na fase de classificação, as alvinegras haviam terminado com 14 vitórias e apenas uma derrota, em primeiríssimo lugar, 42 pontos, contra 23 das adversárias, na sétima colocação.
Então, o Corinthians venceu os quatro jogos das quartas e das semifinais e a Ferroviária ganhou um, perdeu outro e empatou os dois nas semifinais, sempre indo adiante no desempate na marca da cal.
Nesta temporada, o equilíbrio é incomparavelmente maior: o Corinthians voltou a ser o primeiro na primeira fase, com 37 pontos, mas só três à frente da Ferroviária, em terceiro lugar.
Tamires e companhia voltaram a vencer os quatro jogos finais e a goleira Luciana, 35 anos, ao pegar dois penais, garantiu a classificação do time araraquarense nas semifinais, depois de duas vitórias nas quartas e uma vitória e uma derrota nas semifinais contra o São Paulo, frustrando a decisão Majestosa.
Se o futebol de mulheres é das poucas atividades que dão certo no clube paulistano, o sucesso da Ferroviária também é fruto de trabalho bem feito e com muito mais dificuldade.
A Ferroviária impediu o choque de gigantes, como o Sesi Araraquara também frustrou o tetracampeonato do maranhense Sampaio Corrêa na Liga de Basquete Feminino ao vencer por 3 a 2 o playoff final, 74 a 62 no quinto jogo, no último dia de agosto.
Alguma coisa acontece na Morada do Sol para tanto sucesso no futebol e no basquete para mulheres —e a explicação está no prefeito da cidade, o sociólogo Edinho Silva, em seu quarto mandato pelo Partido dos Trabalhadores.
Ironia do destino, ele não quis trocar a prefeitura pelo posto de ministro do Esporte e não seria vítima da fritura feita pelo governo Lula ao negociar o cargo de Ana Moser, sem partido, para entregar ao Partido Progressista, que de progressista só tem o nome cínico, de André Fufuca, no país da piada pronta, embora, no caso, sem nenhuma graça.
Novamente o esporte é usado como moeda para barganhas inaceitáveis e o sonho da implantação de uma verdadeira Política Esportiva, com P e E maiúsculos, ficará para as calendas gregas.
Seguiremos sem olhar para a democratização do acesso à prática esportiva, sem pensar na atividade física como fator de saúde pública e de educação, a produzir talentos por geração espontânea, como sempre aconteceu.
Porque nunca jamais neste país algum presidente tratou o esporte como o esporte merece.
O prefeito de Araraquara, ao contrário, trata.
E não é fofoca. Nem Fufuca.
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