Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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O Majestoso da resistência

Itaquera lotada viu clássico tenso em que o alvinegro surpreendeu o tricolor

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Os mais de 46 mil corintianos que foram ao estádio de Itaquera tiveram motivos para comemorar o empate em 2 a 2.

Porque não só o São Paulo tem mais time, mais talentos, mais jogadores e mais ambições neste Campeonato Brasileiro, porque aspira ao G4, como o rival só quer se afastar da zona do rebaixamento, com menos time, menos elenco e quase nenhuma paz.

Três jogadores de futebol em um momento intenso de jogo, com um atleta do time de uniforme preto e branco controlando a bola enquanto dois adversários do time listrado tentam interceptar a jogada.
Yuri Alberto tenta drible entre zagueiros do São Paulo durante o Majestoso disputado na Neo Química Arena - Carla Carniel/Reuters

Daí, assim que Lucas Moura abriu o marcador, aos três minutos do Majestoso, a Fiel teve motivos para temer por uma goleada. Entre outras coisas porque a girada de corpo dada por Calleri sobre o ingênuo zagueiro Caetano, antes de passar para Lucas, permitia antever um baile do argentino sobre o zagueiro corintiano.

O que se viu foi outra coisa.

Os alvinegros se tomaram de brios e passaram a ganhar divididas em cima de divididas, a roubar bolas em cima de bolas, ao botar o coração na ponta das chuteiras até buscar o empate, em golaço de Igor Coronado, aos 30.

Só então o São Paulo acordou, como se percebesse que havia rival ferido do outro lado, para voltar a ficar à frente no placar —graças a gol contra de Cacá, o segundo em seguida dele, depois do feito em Goiânia a favor do Atlético.

Nem por isso os alvinegros desistiram, e Gustavo Mosquito também fez belíssimo gol ao receber de Yuri Alberto a bola roubada do desatento Luciano na entrada da área: 2 a 2.

Se o argentino Luis Zubeldía propusesse o empate no intervalo, ou antes mesmo do clássico, para o português António Oliveira, não tenham dúvidas a rara leitora e o raro leitor de que ele aceitaria.

A imagem captura um momento intenso de uma partida de futebol, onde um jogador de cabelo loiro e uniforme listrado em preto, vermelho e branco tenta driblar o goleiro de uniforme azul, que se estica em uma tentativa de defesa
Luciano em jogada que originou o segundo gol do São Paulo, após o zagueiro corintiano Cacá desviar a bola em direção ao próprio gol, na Neo Química Arena - Carla Carniel/Reuters

Ainda mais depois que, aos 32 minutos, o desastrado Caetano recebeu o segundo cartão amarelo por falta em Calleri, no meio de campo, e o cartão ficou vermelho à sua frente.

Então, virou o velho ataque contra defesa, e Carlos Miguel salvou o time da derrota, em defesa daquelas que só Cássio fazia em Itaquera.

A resistência corintiana serviu para elevar o amor-próprio da Fiel, que anda falando de lado e olhando pro chão, como a do Fluminense do enorme aniversariante desta quarta-feira (19), Chico Buarque de Hollanda, 80 anos com direito aos 90 e prorrogação até 120.

Havia tempo que não se via o espírito maloqueiro e sofredor em dez camisas corintianas, capazes de enfrentar de igual para igual o adversário que lhe é superior.

Mesmo em casa, o empate soou bem.

SE FICAR OU SE SAIR…

…o bicho vai pegar. A possível ida de Dudu para o Cruzeiro revelou do que a precipitação é capaz.
Tanto quanto o jogador, Palmeiras e Cruzeiro ficarão mal ao fim de tudo.

Jogadores de futebol em uniformes verdes comemoram título; um deles beija um troféu dourado. Eles estão em um estádio iluminado, com um deles em primeiro plano, destacando-se pela emoção do momento.
Dudu comemora título do Campeonato Brasileiro de 2023 vencido pelo Palmeiras, no Mineirão, em Belo Horizonte - Douglas Magno - 6.dez.23/AFP

Se Dudu ficar, o que até parece o mais provável, deixará sabor amargo na boca do palmeirense, porque quis ir e se arrependeu. Deixará o Cruzeiro em má situação por ter anunciado o milho antes do fubá e o Palmeiras decepcionado por ter perdido a oportunidade de bom negócio.

Se sair, o cruzeirense o receberá desconfiado pelo arrependimento que quase melou a negociação.
Depois do episódio do pré-contrato de Abel Ferreira com o Al Saad, bem que o Palestra mineiro poderia ter poupado o paulista de tamanho imbróglio.

EUROCOPA EXEMPLAR

Gramados impecáveis, futebol em alta intensidade, gols em profusão, assopradores de apito respeitados, VAR a jato, estádios lotados.

O consolo sul-americano diante dos primeiros jogos da Eurocopa na Alemanha está em que a última seleção campeã mundial é a Argentina.

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