Os problemas emocionais na população decorrentes da pandemia pela Covid-19 têm chamado a atenção de especialistas em saúde mental.
A principal medida das autoridades sanitárias para a prevenção da disseminação do novo coronavírus tem sido o isolamento social, divulgação da importância para lavar as mãos com água e sabão com frequência e o uso obrigatório da máscara facial.
Entretanto, como destacam os médicos Antonio de P. Serafim e colaboradores do Instituto de Psiquiatria do HC-FMUSP na Revista Brasileira de Psiquiatria, o isolamento social tem a tendência de provocar, entre outras, reações como ansiedade, estresse e irritabilidade. E, também, de medo, que podem criar pensamentos confusos e dificuldade para decisões coerentes.
Por isso, os médicos sugerem programas de atenção à saúde mental, inclusive on line, para a população falar abertamente sobre suas preocupações ou medos, reais ou imaginários.
Igualmente na revista The Lancet Psychiatry, a professora Emily A. Holmes, do Instituto Karolinska, Suécia, e um grupo de professores de psiquiatria das principais universidades europeias destacam a necessidade de ação na área da saúde mental para a população na atual pandemia.
Assinalam a repercussão socioeconômica negativa decorrente das políticas de controle da virose, que terá sérios efeitos na saúde mental pelo aumento do desemprego, da insegurança financeira e da pobreza.
O trabalho em casa, a perda do emprego e o distanciamento social e físico interrompem muitas oportunidades para a saúde física e psicológica. Para esses problemas, intervenções digitais são eficazes, segundo os autores.
Eles também lembram que as pessoas procuram informações confiáveis e positivas na mídia tradicional e que a mídia social tem o risco de ser fonte de desinformação.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.