Uma pesquisa realizada na PubMed, um sistema de livre acesso em 4.800 publicações médicas de 70 países, encontrou quase 30 mil artigos relacionados à Covid-19.
Aguardam-se atualmente os resultados definitivos de estudos sobre as vacinas contra a Sars-CoV-2, uma esperança para o controle rápido e eficiente da pandemia.
A ansiedade da população mostra a importância de alguns tratamentos serem apresentados sem equívocos e imprecisões.
Uma análise de três medicamentos sugeridos para tratar a virose é apresentada pelos professores Richard Saitz e Gary Achwitzer na revista Jama.
Em abril, apesar de o fabricante do antiviral Remdesivir ter mencionado limitações de sua eficácia, o remédio foi apresentado com uma afirmação inadequada para um pequeno estudo (apenas 53 pacientes). Vários trabalhos publicados relatam não haver diferença entre o antiviral e um placebo, em relação ao tempo de melhora clínica. Um trabalho recente publicado na revista científica New England Journal of Medicine, contudo, mostrou benefício da droga.
Em junho surgiu a dexametasona, divulgada por um press release de uma universidade. Ganhou manchete no New York Times (dexametasona reduz mortes), porém com a advertência “se a descoberta for confirmada”.
Finalmente, a manipulação política com a hidroxicloroquina, iniciada com o presidente do Estados Unidos e vigorosamente seguida pelo presidente do Brasil. Os EUA armazenaram 63 milhões de doses da hidroxicloroquina e estudos de menor qualidade inicialmente mostravam alternadamente eficácia e ausência de ação para a Covid-19. Os estudos padrão-ouro (duplo cego, randomizados e com grupo controle) não observaram eficácia da droga.
Nos Anais do 4º Congresso Iberoamericano de Jornalismo Científico, por nós presidido em 1982, o professor Maurício Rocha e Silva, descobridor da bradicinina, falou sobre políticos e sua relação com a Ciência: os políticos não sabem nada sobre ciência, nem para que ela serve. Não sabem que sem ciência não é possível uma nação progredir.
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