Os transplantes de órgãos em humanos permanecem com significativos avanços. Nos últimos anos, o destaque foi a área da cirurgia reprodutiva.
No Jama Surgery, relatório apresenta os resultados de transplantes de útero nos Estados Unidos desde 2016.
O estudo incluiu 33 mulheres submetidas ao transplante de 2016 a 2021. Das 33 receptoras do útero, 31 nasceram sem útero, e 21 pacientes receberam o órgão de doadora viva.
Até setembro do ano passado, 19 das 33 beneficiárias da intervenção cirúrgica conceberam 21 nascidos vivos.
O peso médio do bebê ao nascer foi de 2.800 g e nenhum dos neonatos apresentou malformações congênitas.
Na Revista da Associação Médica Brasileira, Ana Flávia Garcia Silva e Luiz Fernando Pina Carvalho publicaram uma revisão de estudos sobre o transplante de útero.
Referem os autores que foi na Suécia, em 2012, que os primeiros transplantes de útero foram realizados com sucesso. A equipe liderada pelo médico M. Brännström operou nove pacientes portadoras de ausência congênita de útero e uma com histerectomia prévia (remoção cirúrgica do útero).
Duas pacientes, por trombose, não puderam aproveitar os transplantes e as sete restantes passaram a apresentar ciclos menstruais três meses após a operação e mantiveram ciclos normais no primeiro ano.
Segundo os autores, esta intervenção cirúrgica é complexa por combinar princípios de transplante de órgão sólido com técnica de reprodução assistida.
Seu objetivo é promover a fertilidade e melhorar a qualidade de vida da paciente, não necessariamente para prolongá-la.
Por esse motivo, se necessário e após alcançar o objetivo da intervenção operatória, o órgão pode ser removido.
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