Luciana Coelho

Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

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Descrição de chapéu Maratona

'O Poder e a Lei', na Netflix, acena para os fãs de best-sellers sobre advogados

É García-Rulfo e o humor ágil dos diálogos que sustentam o drama cômico

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Fãs de séries de advogados têm uma boa aposta em "O Poder e a Lei", que a Netflix pôs no ar no fim de maio. Quem busca algo menos pretensioso para espairecer --e escrito suficientemente bem para entreter--, também.

O drama é adaptado com o toque de Midas do produtor David E. Kelley e pelo roteirista Ted Humphrey ("The Good Wife") a partir da série de livros "The Lincoln Lawyer", escrita à la John Grisham pelo uber-best-seller americano Michael Connely e lançada no Brasil pela editora Record com o título "Advogado Porta de Cadeia".

Seu protagonista é exatamente o que descrevem os títulos em inglês e português: um sujeito à caça de clientes aos quais resta pouca alternativa e que roda por Los Angeles e imediações em um gigantesco Lincoln, dirigido por uma das pessoas que ele livra da cadeia, e fazendo do veículo o seu escritório.

A série traz algumas diferenças em relação à obra de Connely, mas a alma do personagem central, felizmente, permanece a mesma.

Ele é Mickey Haller, papel que no cinema coube a Matthew McConaughey e na nova produção é desempenhado com toneladas de carisma e uma discreta ternura pelo ator mexicano Manuel García-Rulfo, que esteve no elenco multinacional da versão de Kenneth Branagh de "Assassinato no Expresso do Oriente" e em "Goliath" (Amazon).

Tem duas ex-mulheres, uma filha adolescente, amigos esquisitos e, já no primeiro episódio, o escritório herdado de um colega-celebridade, assassinado após assumir o caso de um biliardário da tecnologia.

Interpretado com certo histrionismo por Christopher Gorham, o personagem-pivô parece mais um repositório para o mau humor geral com donos de magaempresas tech.

É García-Rulfo e o humor ágil dos diálogos que sustentam o drama cômico, calcado na fórmula consagrada do vilão-a-ser-descoberto.

Dois rostos bem conhecidos do público dos anos 1990 e 2000, Neve Campbell ("O Quinteto") e Becki Newton ("Ugly Betty") estão no elenco como, respectivamente, ex-mulher número um e ex-mulher número dois --sim, é assim que ele registra seus números no celular.

Quem sobressai, contudo, é Jazz Raycole, atriz egressa do balé profissional e que vive a motorista Izzy, à qual Mickey está constantemente explicando sua profissão e, assim, conduzindo o espectador.

Não espere muitas camadas de "O Poder e a Lei", a trama não tem outra intenção que não a de bom passatempo. Toca em alguns pontos sensíveis, como corrupção, exposição midiática, mas apenas para alinhavar as cenas.

Nada errado com isso. Talvez seja exatamente o que precisamos para desligar um pouco da vida real.

E, como sói ser com best-sellers do gênero, há ainda mais quatro livros a adaptar, o que promete uma boa sobrevida na TV ao advogado boa-praça.

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