Paciente: Doutor, tenho sentido cólicas muito violentas, mesmo quando eu não tô menstruada nem de TPM. E tá saindo um cheiro estranho... de lá, sabe? Tem alguma coisa errada, imagino.
Ginecologista: Calma, a gente vai coletar um material do colo do seu útero e ver se é alguma infecção, alguma inflamação. Pode ser um monte de coisa, pode não ser nada. Apoia as pernas aqui pra mim, por favor? Tá confortável?
Paciente: Não.
Ginecologista: Normal. Agora vai piorar um pouquinho. Eu vou colocar esse espéculo dentro de você para melhorar o acesso, OK? É geladinho assim mesmo. Hmm. Curioso. Parece uma reação a um corpo estranho, sim. Opa. Achei! Deixa eu só ligar minha lanterna pra ele encontrar o caminho de volta.
Paciente: Que? Ele quem?
Ginecologista: O rapaz que tá perdido aí dentro, vamos ver se ele consegue me ouvir. Fala, cara! Aqui! Não, amigo, do outro lado! É por aqui. Isso! Gabriela, eu vou abrir um pouco mais o espéculo pro rapaz conseguir passar. Contrai o abdome. Vai arder um pouquinho, mas é rápido. Um, dois, e… três.
Um homem barbado e maltrapilho sai da vagina da paciente, atordoado.
Renato: Consegui? Você gozou?
Paciente: Renato? Quanto tempo. A última vez que a gente se viu você falou que ia me fazer gozar e eu dormi no meio, não foi isso? Achei que você tivesse ido embora lá de casa chateado comigo. Nunca mais ligou.
Ginecologista: Acontece muito, toda semana aqui no consultório a gente resgata um perdido desse aí.
Renato: Eu achei… o ponto G.
Paciente: Achou nada, Renato. Isso foi quando? 2019?
Ginecologista: Há quanto tempo você não faz um preventivo?
Paciente: Eu tenho trauma de ginecologista, doutor. A última vez que sentei numa cadeira dessas o médico sumiu, abandonou a consulta no meio. Foi horrível.
Renato: Doutor Adeodato. Mas eu chamava ele de Dedé. Foi ele que me ajudou a completar a missão. Sabia tudo de corpo feminino. Só não conseguiu encontrar a saída.
Ginecologista: O doutor ainda tá dentro dela, é isso?
Renato: O ambiente era muito úmido, ele pegou tuberculose, pneumonia... e acabou não resistindo.
Paciente: Ah, então é daí que tá vindo o cheiro.
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