Duas notícias importantes no topo da velha e ainda forte economia do carbono. No mesmo dia em que Rupert Stadler, presidente da Audi, do grupo Volskwagen, foi preso por suspeita de fraude em testes de emissões de poluentes, a sueca Volvo anunciou que pretende fazer seus carros novos com 25% de plásticos reciclados a partir de 2025.

A prisão de Stadler, da Audi, é um dos desfechos do Dieselgate, escândalo que veio à tona em setembro de 2015, quando foi descoberta a fraude que alterava os resultados de testes de emissão de carros da Volkswagen averiguados pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) nos EUA.

A empresa teve de assumir que já havia colocado 11 milhões de carros a diesel no mundo com equipamentos com softwares que alteravam seus verdadeiros níveis de emissões de poluição.

Os carros eram vendidos como mais verdes e essa propaganda influenciava a decisão de compra dos veículos. Fraude descoberta, revelou-se que eram na verdade mais poluentes.

Na mesma segunda (18), a Volvo anunciou sua ambição de ter a partir de 2025 pelo menos 25% dos plásticos usados ​​em todos os carros feitos de material reciclado.

Para provar a viabilidade da iniciativa, mostrou uma versão do modelo híbrido XC60 T8 com componentes reciclados.

O console do modelo é feito de fibras provenientes de​​ redes de pesca e cordas descartadas no mar. Para criar um isolamento acústico no motor, foi feita uma camada de fibra com assentos usados de carros desmanchados.

Os carpetes do carro são de tecido que mistura algodão reciclado de roupas e garrafas PET. Nos assentos, também foi usado tecido de PET reciclado.

A empresa também lançou um chamado aos fornecedores da indústria automotiva para que invistam em desenvolver componentes mais sustentáveis.

Em maio, a Volvo prometeu erradicar os plásticos de uso único de todas as suas instalações e eventos até o final de 2019. Na mesma ocasião, anunciou que tem como meta ter 50% de suas vendas de carros totalmente elétricos em 2025.

O modelo da Volvo XC60 já foi mostrado durante a escala da regata promovida pela Volvo e pelo movimento Clean Seas, da ONU ambiental, em Gotemburgo, Suécia.  A regata passou em abril de 2018 por Santa Catarina.