Mara Gama

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Os microplásticos dentro de nós

Pesquisa apontou presença de partículas microscópicas de plástico nos intestinos de voluntários de oito países

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Na mesma semana em que o Parlamento Europeu deu mais um passo em direção à proibição de plásticos de uso único, como sacolas, canudos, copos, talheres, cotonetes e misturadores de bebida, indicando seu banimento até 2021, uma nova pesquisa detectou microplásticos nos intestinos de voluntários de oito países.

Fragmentos de plástico já haviam sido detectados no mar, no gelo polar, em rios, na atmosfera, em sistemas digestivos de mais de 800 tipos de moluscos, crustáceos e peixes e no sal marinho de uso doméstico.

Em setembro de 2017, pesquisa da organização Orb Media mostrou que há microplásticos também na água de torneira. De 159 amostras coletadas nos cinco continentes, 83% continham plástico.

Em março de 2018, novo estudo da mesma organização apontou a presença de microplásticos em 11 marcas de água engarrafada adquiridas em nove países, incluindo o Brasil.Agora, pela primeira vez, um estudo piloto da Universidade de Medicina de Viena e da Agência Ambiental da Áustria confirmou que partículas microscópicas de plástico estão também no intestino humano.

Foram examinadas fezes de voluntários de oito países: Finlândia, Áustria, Itália, Polônia, Rússia, Reino Unido, Holanda e Japão.

Os pesquisadores encontraram policloreto de polivinila (PVC), polipropileno e polietileno tereftalato (PET) e mais seis tipos de plástico. Esses materiais são usados, por exemplo, em embalagens de leite e sucos e garrafas. Todos os voluntários consumiram algum alimento embalado e pelo menos seis comeram peixe durante o período do teste.

Segundo um dos autores do estudo, o gastroenterologista Philipp Schwabl, a maior concentração de plásticos tenha sido localizada nos intestinos, partículas menores podem também entrar na corrente sanguínea, no sistema linfático e chegar ao fígado.

Isso torna cada vez mais urgente saber quais os riscos da ingestão de plásticos para a saúde, do ponto de vista físico e químico, e qual seria a quantidade de microplásticos tolerável. Enfim, qual será a dose de plástico que podemos absorver sem adoecer? E a que distância estamos deste limite?
 

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