Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mariliz Pereira Jorge

Intimidação já é marca do governo

Bolsonaro se elegeu deixando claro como trataria críticos, adversários e imprensa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Injusto dizer que em seis meses a gestão Bolsonaro não fez nada. Que má vontade. Fez muita confusão, balbúrdia, guerras dentro e fora do governo e já deixou uma marca muito importante: intimidação. É o jeito que o presidente e sua tropa de choque acreditam minar as críticas que sofrem e também constranger adversários políticos, imprensa, cidadãos que questionem suas atuações e também aliados.

Até recentemente o método era o dos mais rasteiros. Se Jair e cia. não gostam de algo publicado ou dito, usam as redes sociais para expor o mensageiro e contam com o linchamento virtual que vem a seguir. Funciona. A artilharia formada por milícias virtuais, blogueiros governistas e também os filhos do presidente, que são tão irresponsáveis quanto ele, têm por hábito estimular violência em vez de debate.

Cercado por seguranças, Jair Bolsonaro se desloca no Mineirão - Henry Romero/Reuters

Não é uma tática nova nem exclusiva, mas a eficiência e a truculência usadas revelam a preferência por métodos nada democráticos para lidar com oposição e discordância. A defesa da liberdade de expressão, que o presidente fez ao se colocar ao lado do humorista Danilo Gentili, condenado por injúria, é tão consistente quanto gelatina.

Agora esta. O ministro Sergio Moro, encurralado em acusações de parcialidade, é apontado como responsável por pedir um relatório sobre a movimentação financeira do jornalista Glenn Greenwald, autor das denúncias. Lá no Paraná, de onde eu e Moro somos, o nome disso é intimidação. Pelo menos ele não pode ser acusado de falta de lealdade. Até o modus operandi segue a linha do patrão.

Verdade seja dita, não podemos reclamar de estelionato eleitoral. Bolsonaro se elegeu com discurso despótico e deixou claro como trataria críticos, adversários e imprensa. Portanto, não chega a ser surpresa que ameaças covardes façam parte do que ele entende por democracia. Quando falta autoridade a única arma possível é o autoritarismo.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.