Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Lula, queremos saber como vota o STF

Protagonistas na vitória da eleição, queremos ser ouvidos

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Subir a rampa do Planalto com representantes de uma sociedade mais diversa é fácil. Difícil é transformar o discurso em ações para aumentar a participação dessas pessoas em setores variados do Estado. Pela segunda vez, Lula terá a chance de deixar o STF um pouquinho menos branco, menos masculino, menos hetero, mas principalmente, mais progressista.

A imagem mostra a icônica cena da posse do presidente Lula. Ele sobe a rampa do planalto acompanhado de representantes da sociedade civil de diferentes origens sociais. No caminho para cima da rampa, na frente de cada acompanhante, uma fila de cascas de banana espera os seus passos.
João Montanaro/Folhapress

O cenário deve permanecer o mesmo e Lula parece zero constrangido por garantir a presença de um conservador como Cristiano Zanin durante as três próximas décadas no Supremo. Agora defende a falta de transparência no Tribunal ao dizer que ninguém precisa saber como vota um ministro. O reaça do Bolsonaro não faria melhor.

Talvez Lula faça um cálculo bastante arriscado de que terá tempo de proporcionar um pouco de equilíbrio à casa num suposto quarto mandato. Não é o seu pescoço que está em risco, mas o das minorias que subiram a rampa com ele. Se a ideia for essa e os planos não saírem como previsto, um eventual governo de direita ou de extrema direita, com o poder de nomear mais três ministros terrivelmente conservadores, pode sequestrar direitos já garantidos, como o casamento homoafetivo.

O inusitado desse momento é a briga entre a militância, que deixou o cercadinho lulista dividido. De um lado, gente que jamais questionará as decisões de painho e está enfurecida com quem o faz. Do outro, eleitores que se enxergam como protagonistas na vitória da eleição e querem ser ouvidos.

Há uma campanha circulando nas redes, batizada de #tomaumcafecomelas, com intuito de pressionar Lula a conhecer juristas negras para a vaga. O tom do site, produzido para que os eleitores inundem a caixa de e-mail da Secretaria de Comunicação da Presidência, é de deboche. Diz que o presidente não tem tempo para socializar e precisa aumentar o círculo de amizades. O recado é claro: Lula só não indica uma mulher negra ao Supremo se não quiser.

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