Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

A extrema direita está vivíssima

Eleição dos conselhos tutelares foi uma amostra da ocupação reacionária

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Sem um presidente boquirroto reina a impressão de que o pior já passou. E não falo dos problemas do país, que são muitos, mas da iminente morte da democracia que nos rondou nos anos de distopia bolsonarista. Essa falsa calmaria, no entanto, pode ser apenas aquela que antecede tsunamis. Cientistas identificaram que em períodos entre 15 e 75 meses antes de grandes atividades sísmicas tudo parece estranhamente tranquilo, mas é o momento em que o estresse está se construindo nas falhas. Na política, uma dessas falhas é a esquerda achar que o jogo já foi jogado e relaxar.

O bolsonarismo se recolheu depois do 8 de Janeiro, parte porque seu líder maior se acovardou, abandonou o país e foi incapaz de entregar o golpe de Estado que prometia. Sem uma liderança, fica a impressão de que a extrema direita está desorganizada e talvez esteja como um bloco único. Mas há sinais de que continua a se movimentar, apesar do desmembramento do bolsonarismo. Se a ala intervencionista está desmoralizada, não se pode dizer o mesmo dos neoconservadores que jamais se desmobilizaram.

A eleição dos conselhos tutelares mostrou que as chamadas pautas de costumes alimentam essa militância. Igrejas evangélicas, políticos e influenciadores se mobilizaram para eleger representantes. O pastor Silas Malafaia, por exemplo, emplacou dez conselheiros no estado do Rio.

Não se trata apenas de uma tentativa de ocupação reacionária de um setor responsável por garantir direitos e proteção de menores de 18 anos –basta lembrar da tentativa de impedir o aborto legal de uma criança de 11 anos, vítima de estupro. Essa medição de forças é uma prévia das eleições municipais de 2024. Outro sinal importante de que a extrema direita está vivíssima é o domínio do uso das redes sociais, como mostra reportagem de Uirá Machado.

Enquanto isso, a esquerda continua sua cruzada para que todos falemos "todes" e para transformar aliados em cancelados.

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