Marina Izidro

É jornalista e vive em Londres. Cobriu seis Olimpíadas, Copa e Champions. Mestre e professora de jornalismo esportivo na St Mary’s University

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Quer ir ao estádio? Preocupe-se com a preservação do planeta

Brasil voltará a ser protagonista nas discussões climáticas, e isso tem tudo a ver com o esporte

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Imagine o gramado impecável do Chelsea totalmente inundado. Parece improvável, catastrófico, ainda mais em uma liga bilionária como a Premier League. Mas não há dinheiro nem sistema de drenagem que aguente chuvas intensas muito acima do normal.

O alerta é do acadêmico David Goldblatt no documentário "Football’s Toughest Opponent" ("O Rival mais Difícil do Futebol"). O programa foi exibido neste mês na televisão aqui na Inglaterra e aborda os efeitos das mudanças climáticas no esporte.

Goldblatt estima que um quarto dos estádios nas quatro primeiras divisões do futebol inglês está sob risco de inundação anual ou de ficar submersos até 2050 por chuvas, elevação do nível dos rios ou do mar. O do Chelsea é um dos citados.

O zagueiro Thiago Silva encara situação climática adversa no Stamford Bridge, estádio do Chelsea, que, segundo estudo, pode ficar submerso até 2050 - Toby Melville/Reuters

Atletas contam como é cada vez mais difícil aguentar o calorão na pré-temporada, no auge do verão, na Itália e até na Alemanha. Em 19 de julho, o Reino Unido registrou a temperatura mais alta de sua história, 40.3ºC. Pode não parecer muito, mas para uma nação que não é preparada para viver muito acima dos 30ºC –até trilhos de trem derreteram– esse dia foi um caos.

Eventos climáticos extremos são cada vez mais frequentes e fortes e impactam todos os países e esportes em grau menor ou maior. No Brasil, não é incomum ver estádios alagados depois de tempestades e enchentes.

Há uma chance de tentar melhorar esse cenário a partir de domingo, quando começa no Egito a COP 27, Conferência do Clima da ONU. Estive na COP 26 no ano passado e vou neste ano. Vi ao vivo o Brasil ser ignorado pelo resto do mundo, que, claro, não acreditava nas mentiras do governo sobre dados de desmatamento na Amazônia.

Vai ser um alívio ver o país voltar a ser protagonista nas discussões climáticas. O presidente eleito Lula vai e já demonstrou que a preservação do meio ambiente vai ser um ponto importante de seu governo e da política externa. Cabe a nós, jornalistas e sociedade civil, acompanhar e cobrar.

"Nós somos Halland"

Ter seu nome associado a uma estrela do futebol mundial poderia ser considerado sorte, certo? Não é o que diz o diretor da câmara de turismo de uma região na Suécia. O condado de Halland –um "a" e dois "l"s– não gostou da semelhança com Erling Haaland –dois "a"s e um "l", do Manchester City.

"Nós somos Halland. Ele é Haaland", disse Jimmy Sandberg, diretor do Visit Halland. Ele diz que a popularidade do norueguês está destruindo os esforços de promoção do local. Muita gente escreve errado o nome do jogador na internet e digita "Halland", e o algoritmo já redireciona para resultados ligados ao atacante, inutilizando hashtags e ferramentas de busca criadas pelo órgão.

Fiz o teste: coloquei "Halland" no Google, e o site tenta me corrigir: "Será que quis dizer: Haaland." Ao lado, a foto do atacante e seu perfil na Wikipedia. Entrei no website certo, visithalland.com, que descreve o local como "uma província idílica na costa oeste com rica cultura culinária e atividades ao ar livre como ciclismo e até surfe, e uma mistura de praias e florestas exuberantes".

Haaland foi convidado a visitar Halland - Wolfgang Rattay - 25.out.22/Reuters

O diretor pediu que as pessoas revisem a escrita do nome do jogador antes de fazer a busca na internet. Mas alguém acredita que isso realmente é ruim? Acho que nem Sandberg. Muito mais gente agora já ouviu falar de Halland, e ele até convidou o norueguês para visitar: "Te vejo em Halland, Haaland?" Bela estratégia de marketing.

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