Marina Izidro

É jornalista e vive em Londres. Cobriu seis Olimpíadas, Copa e Champions. Mestre e professora de jornalismo esportivo na St Mary’s University

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Que esportes saem maiores e menores de Paris-2024?

Do atletismo ao breaking, quem impressionou e decepcionou nos Jogos Olímpicos

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"Post-Olympic blues", ou tristeza pós-Jogos Olímpicos, existe. É o termo usado quando atletas que viveram o auge da carreira em Olimpíadas, de repente sentem a sensação de falta de propósito quando o evento termina.

Enquanto é algo importante e sério, há uma comparação, aí sim em tom de brincadeira, com o que o público vive. Desde o fim dos Jogos de Paris, muita gente me disse: "E agora, o que faço sem ter canoagem ou handebol para assistir às seis da manhã?".

Seus problemas acabaram. De 28 de agosto a 8 de setembro tem os Jogos Paralímpicos. Competições emocionantes, histórias inspiradoras. O Brasil é potência. Em Tóquio, conquistou 72 medalhas, 22 de ouro. Organizadores continuarão seguindo a receita de sucesso de sediar provas em cartões-postais da cidade. A arena do vôlei de praia, aos pés da torre Eiffel, receberá o futebol de cegos –a seleção brasileira é pentacampeã e nunca perdeu o ouro desde a estreia da modalidade, em 2004. O tênis em cadeira de rodas será em Roland Garros.

E, enquanto Los Angeles-2028 não chega, também dá para debater o melhor e o pior dos Jogos Olímpicos.

Segue uma lista de esportes que, na minha opinião, saem maiores ou menores de Paris:

  • Ginástica artística: um esporte normalmente se destaca quando nele existem astros que geram manchetes positivas. O retorno de Simone Biles, quatro medalhas, três de ouro, fez bem para a ginástica. Em Paris, Rebeca Andrade também virou estrela em escala global.
  • Atletismo: considerado o esporte mais nobre dos Jogos, sai em alta. A final dos 100m rasos foi a mais disputada dos últimos tempos, vencida pelo americano Noah Lyles por cinco milésimos de segundo.
  • Natação: sempre surpreende positivamente. Se um atleta da casa vai bem, melhor ainda. O francês Léon Marchand brilhou, com quatro ouros e um bronze.
  • Leon Marchand na prova de 200m medley - Marko Djurica/Reuters
  • Judô: mesmo caso da natação. O país parou para assistir Teddy Riner, um dos seus atletas mais populares, ser tricampeão olímpico nos pesos-pesados. Riner ainda liderou a equipe francesa no ouro por equipes, em um dos momentos mais dramáticos dos Jogos.
    Teddy Riner ao vencer o japonês Tatsuru Saito - Arlette Bashizi/Reuters
  • Tênis: Novak Djokovic emocionado ao conquistar o ouro, praticamente único título que faltava na carreira, mostra o quanto as Olimpíadas significam para um atleta.
  • Surfe: a escolha das ondas perfeitas e perigosas do Taiti deixou o público boquiaberto. A foto de Jérome Brouillet que rodou o mundo, de Gabriel Medina como se estivesse levitando, foi a cereja do bolo.
    Gabriel Medina na competição no Taiti - Jêrome Brouillet/AFP
  • Futebol: sai com discussões sobre formato e relevância. As finalistas Brasil e Estados Unidos jogaram seis partidas em 17 dias, com prorrogações longas, sob calor intenso, com atletas vindo de temporadas extenuantes.
  • Esportes com cavalos: sob dúvidas. Em 2028, no pentatlo moderno, sai a prova de hipismo e entra a corrida com obstáculos. Deve reduzir a imprevisibilidade com os cavalos, que são sorteados. A questão dos maus-tratos aos animais foi tema no hipismo.
  • Boxe: problemão dos Jogos depois que atletas da Argélia e Taiwan, ambas medalhistas de ouro, viraram o centro de polêmicas com relação a regras de elegibilidade de gênero. Por enquanto, o boxe está fora do programa olímpico para 2028.
  • Breaking: muitos já tinham torcido o nariz para a inclusão. Sai em baixa por tanta publicidade negativa, depois que a australiana Rachael Gunn virou chacota mundial por sua exibição. Não está na próxima edição olímpica –isso já havia sido decidido antes de Paris.
    Observado pelo francês Danis Civil, o canadense Philip Kim faz a apresentação que lhe rendeu a medalha de ouro no breaking - Shen Bohan/Xinhua

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