A paralisação dos caminhoneiros também afetou as editoras --elas enfrentam dificuldades para repor obras que vendem bem em livrarias, distribuir lançamentos e receber obras das gráficas.
A Companhia das Letras, por exemplo, precisava repor exemplares de "Hippie", de Paulo Coelho, e "Dicionário da Escravidão e Liberdade", organizado por Lilia Moritz Schwarcz e Flávio dos Santos Gomes --o primeiro está em 4º entre os mais vendidos de ficção.
A Leya, por sua vez, havia preparado um carregamento para vender na Feira Panamazônica do Livro, que começa nesta semana --mas não vai conseguir fazer os exemplares chegarem à capital paraense, onde ocorre o evento.
O cronograma de lançamentos da casa não coincidiu com a greve, mas se ela se estender por mais quatro dias, a editora prevê problemas.
A Ediouro não consegue distribuir e repor exemplares da revista Coquetel, de palavras cruzadas. Deu tempo, pouco antes da greve, de receber o papel para a reimpressão de "As Aventuras na Netoland com Luccas Neto", mas será preciso distribuir o best-seller em breve.
MERCADO No dia 30/5, a Câmara Brasileira do Livro e o Sindicato dos Editores divulgarão a série histórica da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial. Os números chamam a atenção.
MERCADO 2 A queda mais expressiva foi no segmento de obras gerais (ficção, não ficção e literatura), que encolheu 42% entre 2006 e 2017. Em compensação, há sinais de recuperação de 2016 para cá, com crescimento de 4%.
MERCADO 3 Os livros científicos, técnicos e profissionais também sofreram. Entre 2014 e 2017, o setor encolheu 32%. De 2004 até hoje, a queda é mais modesta, 19%.
EDITAL O Proac (Programa de Ação Cultural), da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, está com seis editais de literatura abertos, em prosa, poesia, dramaturgia e HQ, entre outras áreas. Serão selecionados 54 projetos com prêmios entre R$ 20 mil e R$ 40 mil. Inscrições pelo site proac.sp.gov.br.
FESTIVAL A revista Cult e o Sesc realizarão o festival Jornalismo - As Novas Configurações do Quarto Poder, de 15 a 17/8. A ideia é reunir jornalistas e pensadores para debater o ofício na atualidade. Entre os nomes internacionais confirmados, estão o jornalista Jon Lee Anderson e o historiador Robert Darnton.
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