Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Mercado livre de energia deve reduzir ritmo de expansão em 2017
Agência de Notícias do Paraná | ||
O mercado livre de energia deverá continuar em crescimento em 2017, mas em menor ritmo que neste ano, afirmam executivos da área.
Em 2016, o número de clientes que negociam energia diretamente com comercializadoras vai terminar 120% maior que no ano passado, segundo a CCEE, que opera o mercado de energia no país.
"A garimpagem de novos consumidores está mais difícil, pois os melhores já migraram", afirma o presidente da câmara, Rui Altieri.
Ainda assim, a quantidade de adesões agendadas para janeiro de 2017 é de 243 novos clientes -2,8 vezes mais que no mesmo mês deste ano.
O volume de energia contratado deverá crescer em menor escala, reitera o sócio-diretor da Ecom Energia, Paulo Toledo.
"O perfil dos novos consumidores é principalmente dos especiais [como são chamados as empresas de menor porte, que utilizam apenas fontes renováveis]."
O tíquete médio mais baixo implica em um aumento de receita menor que o percentual de expansão de clientes. Na Ecom, porém, em 2016 a carteira se expandiu em 60%, enquanto o faturamento subiu 40%.
A companhia ainda prevê uma ampliação do número de consumidores entre 35% e 40% no ano que vem.
"Além dos preços, que seguem vantajosos, um atrativo do mercado livre é a previsibilidade, já que o custo passa a ser fixado em contrato", aponta Fabiana Avellar, gerente da CPFL Brasil.
ESSA TAL LIBERDADE - Evolução do mercado livre de energia<br><br><b>Total de consumidores*</b>
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Um lugar ao sol
As empresas que comercializam energia para o mercado livre têm investido em áreas voltadas à geração solar e eficiência energética.
A Comerc planeja investir R$ 150 milhões nos próximos dois anos nos segmentos.
"Em receita, ainda é difícil estimar a participação que podem adquirir, por serem projetos de longo prazo, mas o potencial é muito grande", diz o presidente, Cristopher Vlavianos.
As divisões de solar e eficiência energética da empresa foram criadas há cerca de um ano. A primeira deverá fechar seus primeiros projetos em 2017 e a segunda tem quatro contratos firmados.
A Ecom Energia também planeja entrar no setor de geração distribuída, tanto em energia solar como de CGH (centrais hidrelétricas com potência de até 1 MW).
"Estudamos investir em pequenas plantas ou trabalhar em parceria com usinas", afirma o sócio-diretor da empresa, Paulo Toledo.
A CPFL Brasil, que também estruturou divisões específicas para os setores, avalia abrir novos escritórios especializados pelo país.
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Setor de estrutura de telefonia prevê investir R$ 1,2 bilhão em torres em 2017
As companhias detentoras de torres de telefonia planejam investir R$ 1,2 bilhão em 2017 para construir e fazer a reforma de antenas, segundo a Abrintel, que representa as empresas do setor.
O valor representa um aumento de 10% em relação aos aportes feitos em 2016 -um "crescimento orgânico", afirma o presidente da associação, Lourenço Coelho.
"Ainda há muitos entraves regulatórios, ligados à autorização para instalar novas torres, que impedem uma expansão maior", avalia.
As empresas do setor também têm feito investimentos na compra de torres já existentes. Neste ano, cerca de R$ 1 bilhão foi gasto na compra de estruturas controladas por operadoras de telefonia.
Não há uma projeção para as aquisições de 2017, mas "as companhias mantêm o apetite e, como a maior parte delas vêm de fora, há capital."
Um dos fatores que poderá impulsionar o mercado nos próximos anos é a nova gestão da Prefeitura de São Paulo, que se mostrou mais aberta ao diálogo com a iniciativa privada, avalia Coelho.
A capital paulista precisaria triplicar sua estrutura de telefonia para atingir padrões recomendados pelo setor, segundo a associação.
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Isenção regional
Empresas com fábricas no Norte e Nordeste pressionam o governo pelo cancelamento do AFRMM (adicional ao frete marítimo) sobre mercadorias originadas ou destinadas a portos dessas regiões.
Editoria de Arte/Folhapress |
O benefício expira em 8 de janeiro e não foi renegociado.
A volta da alíquota de 10% sobre o frete trará uma despesa de R$ 70 milhões para associadas da Abal, segundo a entidade, que representa o setor de alumínio.
Um frete mais caro teria "impacto exponencial" na Alcoa, cuja fábrica é no Pará, diz o presidente da empresa no país, Otavio Carvalheira.
"Algumas indústrias têm a possibilidade de usar o modal rodoviário. Nós, não."
Entidades setoriais foram à Brasília nas últimas semanas para pedir que a situação seja resolvida via medida provisória, mas a crise na arrecadação pesa contra a demanda.
Em 2014, a isenção de AFRMM para operações de cabotagem originadas ou destinadas ao Norte e Nordeste representaram uma renúncia fiscal de R$ 468,6 milhões, segundo a Receita Federal.
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Sem assinatura
Um projeto de lei do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) enviado à Assembleia em regime de urgência estabelece que carta simples ou notificação eletrônica bastam para sujar o nome de devedores inadimplentes.
Uma lei em vigor desde 2015 determina que birôs de crédito enviem uma notificação com aviso de recebimento assinado pelo destinatário para negativar nomes.
O projeto não é uma volta ao modelo em que se incluíam devedores na lista de maus pagadores sem aviso, mas é satisfatório para a ANBC (associação dos birôs), diz o presidente, Paulo Melo.
"A lei atual cria uma barreira grande demais [para pôr nomes na lista], o mercado não sabe quem está inadimplente. Em São Paulo, a redução na concessão de crédito foi maior que no resto do país."
Para favoráveis à regra atual, com a notificação por carta simples, pessoas com atraso no pagamento não saberão se foram incluídas na lista de inadimplentes, diz o advogado Marco Aurélio de Carvalho.
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Touro... A Red Bull perdeu uma disputa judicial em que pedia a anulação do registro da marca de bebidas energéticas Power Bull.
...bravo A semelhança entre os nomes foi contestada pela Red Bull, que diz não comentar processos em andamento. Cabe recurso ao STJ.
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Hora do Café
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
Livraria da Folha
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