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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Previdência privada não sofrerá se reforma fracassar, dizem executivos

Nos últimos anos, planos privados têm crescido mais de 10% 

Maria Cristina Frias
São Paulo

A discussão sobre mudanças nas regras de aposentadoria favoreceu as empresas de previdência complementar aberta, mas um fracasso na aprovação da reforma não prejudicará o setor, segundo executivos do mercado.

"É difícil quantificar o impacto no segmento, mas não acredito que aprovar a reforma agora ou no próximo governo fará grande diferença no curto prazo", diz Edson Franco, presidente da Fenaprevi, federação do setor.

Nos últimos anos, planos privados têm crescido mais de 10%, mesmo quando não havia, no horizonte, a possibilidade de alteração das regras da Previdência, afirma.

Quando o tema passar de discussão para uma mudança de fato, seja no mandato atual ou em um futuro, as pessoas buscarão mais produtos no modelo privado, diz Carlos Tejeda, diretor de distribuição da Zurich.

"No médio prazo, com novas regras implementadas, as pessoas precisarão mais de previdência complementar e isso será fonte de captação."

Impulsionado por novas adesões a planos e pelos rendimentos de investimentos, o setor viu a soma de seus ativos crescer 17,6% em 2017.

"A indústria de previdência se beneficiou nos últimos anos do fim de restrições de aportes. Agora, com queda de juros, deve haver diversificação", afirma Paulo Valle, presidente da Brasilprev.

O mercado se consolidou depois da estabilização da inflação, e, comparado a outros países, há muito espaço para crescer, dizem os executivos.


Planos do cebolinha

A Mauricio de Sousa Ao Vivo, braço de entretenimento do grupo fundado pelo criador dos personagens da Turma da Mônica, vai abrir centros de lazer do desenho fora do eixo Rio-São Paulo.

O projeto terá quase 10% da área do parque de diversões de 12 mil m, hoje instalado no shopping SP Market, em São Paulo, segundo Mauro Sousa, à frente da companhia e filho do cartunista.

"A maioria dos nossos projetos e espetáculos acontecem no mercado paulista ou carioca", afirma.

"Há uma carência e uma oportunidade grande em regiões como o Nordeste e o Centro-Oeste. É para lá que iremos primeiro."

A empresa prevê pelo menos quatro operações neste ano, o equivalente a um investimento próximo a R$ 20 milhões. Os recursos virão principalmente de investidores licenciados.

Duas inaugurações vão ocorrer no primeiro semestre: em Goiânia e Olinda.

"A expectativa é, em três anos, ter 30 unidades dentro do Brasil e algumas fora do país, como parte do processo de internacionalização da marca Turma da Mônica."


É pessoal, e o assunto é financeiro

As remessas de dinheiro de pessoas que vivem no Brasil e enviaram valores para fora cresceram 63% em 2017 e chegaram a R$ 2,1 bilhões.

Essas transferências geralmente são de imigrantes que mandam recursos para suas famílias em seus países de origem, segundo Ana Luisa Mello, economista da LCA Consultores.

A alta do ano passado pode indicar que há mais expatriados que trabalham no Brasil ou crescimento dos rendimentos de algum desses grupos. "O mais provável é uma combinação desses fatores."

Em países de economias menores, a renda que é enviada por cidadão que trabalham fora é importante, afirma Lia Valls, da FGV.

"O aumento de remessas a partir do país deve estar associado à entrada de haitianos, bolivianos e, principalmente, venezuelanos, que no ano passado vieram com mais intensidade para cá."

O saldo ainda foi positivo, ou seja, o valor recebido por pessoas no Brasil foi maior que o enviado para fora.


Mudanças após a reforma

Parcelar férias de funcionários foi a mudança aplicada mais rapidamente por empresas de contabilidade após a reforma trabalhista, segundo o Sescon/SP (sindicato paulista do setor).

Essa medida foi citada como prioridade por 19% dos 400 empresários ouvidos.

"É uma das alterações que podem ser adotadas sem a participação de sindicatos, que já eram parcialmente praticadas antes das novas leis", afirma Marcio Shimomoto, presidente da entidade.

O emprego intermitente, quando funcionários são convocados de acordo com a demanda, é o ponto considerado mais distante de ser implementado, devido à insegurança jurídica que existe sobre o tema, diz Shimomoto.

"A reforma trouxe o formato, mas não os detalhes. É algo que vai ser aplicado à medida que tivermos convenções coletivas."


Educação A Swiss Learning, organização internacional que reúne 11 escolas da Suíça e oferece programas de intercâmbio e graduação no país, inaugurou um escritório no Brasil, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo.

Empreendedorismo As mulheres foram responsáveis por cerca de 2.000 das 3.000 inscrições recebidas pela rede de atacado e varejo Assaí para seu curso gratuito de capacitação, oferecido para donos de mercearias, pizzarias, etc.

Em espanhol A Avanade, joint venture da Microsoft e da Accenture que presta serviços de consultoria em tecnologia, planeja abrir filiais na América Latina. A operação brasileira é hoje a única no continente, e tem 700 funcionários.

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com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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