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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Empresas lácteas preveem nova onda de aquisições

Multinacionais avaliam a entrada ou expansão no país e empresas médias negociam compras

Maria Cristina Frias

O setor de lácteos deverá passar por uma nova temporada de fusões e aquisições no país nos próximos meses, segundo executivos da área.

Há dois movimentos paralelos: o de multinacionais que avaliam a entrada ou a expansão no Brasil e o de empresas médias do ramo que, pressionadas por operações recentes, negociam compras.

Produção de leite UHT dentro de fábrica em Treze Tílias (SC) - Dirceu Neto - 20.out.17/Folhapress

O segmento registrou oito operações no ano passado, segundo a PwC. Entre elas, estão a aquisição da Vigor pela mexicana Lala por cerca de R$ 4,3 bilhões e a da Itambé pela Lactalis, estimada em R$ 2 bilhões.

A consultoria contabilizou apenas um negócio neste ano, mas avalia que há apetite do mercado para mais.

“Haverá consolidação no futuro próximo. Vemos interesse de multinacionais em ativos brasileiros e companhias locais de médio e grande porte dispostas a negociar”, afirma Alessandro Ribeiro, sócio da PwC.

A tendência é que negócios mais relevantes sejam feitos após a definição do quadro eleitoral. As empresas com portfólio mais diversificado são as mais cobiçadas, diz Ribeiro.

“Somos procurados toda semana, mas por enquanto não há interesse em venda”, afirma o vice-presidente da Aviação, produtora de manteiga, requeijão, queijos e doces.

A marca, que faturou R$ 300 milhões em 2017, avalia a compra de ao menos uma concorrente especializada em queijos finos. “Queremos fortalecer nossa atuação nessa área.”

A Embaré, cuja receita anual é de R$ 1,3 bilhão, também negocia aquisições. “Temos conversas em andamento”, diz o presidente, Romero Marinho.

 

Fábrica A Aviação investirá R$ 15 milhões para dobrar a produção de manteiga e ampliar sua planta de doces de leite.

Mineiros A Embaré deverá lançar uma linha de queijos neste ano. A marca vai aportar R$ 15 milhões em sua linha de produção.

 

Alunos de Niterói podem receber R$ 4.000 de fundo do pré-sal

A prefeitura de Niterói (RJ) pretende separar 10% da receita dos royalties da exploração do pré-sal para um fundo que só poderá ser tocado quando o óleo das reservas começar a cair, diz o prefeito Rodrigo Neves (PDT-RJ).

“Pretendemos criar isso para dar estabilidade fiscal à cidade no longo prazo.”

Parte dos rendimentos do fundo deve ser distribuída entre alunos do ensino médio. A ideia é abrir uma conta no nome de cada estudante quando eles ingressam no sistema e fazer depósitos à medida que progridem.

Os beneficiados receberão R$ 1.00 por ano, mas só terão acesso ao se formarem. A cada ano, 5.500 devem levar o dinheiro (R$ 4.000, no total).

Niterói é a segunda cidade que mais recebe esses valores. Maricá (RJ), a primeira, já tem um fundo semelhante.

Além de não poder ser resgatado nos próximos anos, serve como garantia de crédito para atrair empresas interessadas em parcerias público privadas, afirma o prefeito Fabiano Horta (PT-RJ).

“A cidade precisa se desenvolver e o fundo pode atrair investidores imediatamente.”

Ilhabela (SP), terceiro município que mais se beneficia do pré-sal, tem plano parecido. “O projeto é começar com 5% dos royalties e aumentar a porcentagem até atingir 25%”, diz o prefeito Márcio Tenório (PMDB-SP).

 

Chinelos grudados no chão

A exportação de chinelos caiu 0,9% em volume e 1,3% em valor no acumulado até abril deste ano, segundo a Abicalçados (que representa o setor).

Responsável por quase metade (45,4%) do volume fabricado pela indústria de calçados no país, o produto tem perdido, gradualmente, representatividade em relação a outros segmentos, como o de couro e o têxtil, diz Priscila Linck, da associação.

“Deverá haver uma retomada nos próximos meses. Em abril, os resultados já foram positivos”, diz ela. A entidade não faz projeções de categorias isoladamente.

A previsão é que a produção de chinelos cresça 3,5% em 2018, de acordo com a consultoria Iemi, que entrevista fabricantes em 200 cidades do país. Em 2017, houve queda de 3,8%, diz o diretor Marcelo Prado.

“Diferentemente de outros segmentos da indústria, em que há dezenas de fabricantes, o de chinelos é muito concentrado”, afirma.

“Não se trata de uma análise pautada apenas pela demanda ou melhoria da renda mas também por questões internas de 2 ou 3 marcas líderes.”

 

 

Do velho continente

Os turistas espanhóis foram os que tiveram o maior gasto per capita no Brasil no ano passado, de acordo com o Ministério do Turismo. Cada um comprou, em média, R$ 5.000 no país.

Os italianos e os britânicos vêm na sequência, com despesas de R$ 4.693 e R$ 4.432 por pessoa, respectivamente.

“Eles lideram porque também estão entre os que fazem as maiores estadias no país. Um italiano fica geralmente quase um mês”, afirma José Francisco Lopes, diretor de estudos econômicos da pasta.

Os americanos ficaram no país por, em média, 20 dias. Os que menos permanecem em solo brasileiro são os paraguaios (8,5 dias).

Sete em cada dez turistas já estiveram no país antes e 88% deles tiveram boa impressão.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do que foi informado, foi a exportação de chinelos, e não a produção, que teve queda no acumulado até abril deste ano.

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