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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Receita não tem cálculos sobre mudança em regra trabalhista

Até 2017, sinistros de itinerário eram incluídos na conta de quanto cada empresa devia ao INSS

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A Receita não tem projeções do impacto da retirada de acidentes de trajeto do cálculo dos valores que as empresas precisam pagar à Previdência.

Um sinistro de itinerário é considerado, pelo governo, como uma ocorrência de trabalho. Até 2017, eles eram incluídos na conta de quanto cada empresa devia ao INSS.

Se uma companhia registra muitos acidentes, paga mais. No extremo, o valor dobra.

Engavetamento com 36 veículos na rodovia Carvalho Pinto (SP-70) em Jacareí (SP) - Nilton Cardin/Folhapress

O Conselho Nacional de Previdência, com base no entendimento de que empregadores não controlam o ambiente externo, decidiu tirar desse cálculo os acidentes que aconteceram no caminho.

“Já cobramos qual será esse montante, mas não nos deram reposta”, diz Andrea Gato, representante dos aposentados no Conselho.

Gato e os conselheiros ligados aos empregados foram contrários à mudança, sob o argumento de que há acidentes de trajeto causados por excesso de trabalho.

“Para medir esse impacto será preciso extrair do sistema as informações sobre acidente de trajeto”, afirma Vanderley Maçaneiro, da Anfip (associação de auditores da Receita Federal).

A diferença para cada empresa será grande se ela tiver índices mais altos que as outras mesmo setor.

Sinistros no caminho têm representado porcentagem crescente de ocorrências identificadas nos últimos anos, de acordo com a Previdência foram 23% do total em 2016.

Antes da mudança, as empresas já tentavam impugnar cobranças cujo cálculo continham esses acidentes, diz Rodrigo Campos, do Demarest.

“Nunca entendemos que ocorrência durante o percurso pudesse ser considerada [no cálculo], porque a ideia é gerenciar o risco dentro do seu próprio local de trabalho.”

 

 

Área agrícola vai representar 85% da Bayer no Brasil após fusão

A divisão agrícola passará a representar 85% da operação da Bayer no Brasil —45% no mundo— após a conclusão da compra da Monsanto, afirma Gerhard Bohne, diretor interino de operações no país.

As partes aguardam a aprovação final do órgão regulador nos Estados Unidos e de alguns mercados menores, como México e Canadá.

A aquisição, de US$ 66 bilhões (R$ 235 bilhões no câmbio atual), terá como contrapartida a venda de € 7 bilhões (R$ 30 bilhões) em ativos, entre eles a divisão de sementes e de agricultura de precisão.

Um dos ajustes que precisaram ser realizados internamente foi a redução do nível de estoques da companhia, segundo o executivo.

“Os resultados foram muito negativos no Brasil em 2017. Não só na área agrícola, afetamos a Bayer inteira. O prejuízo aumentou drasticamente porque reduzimos vendas para ter menos estoque.”

“Hoje estamos em um nível saudável, o que equivale a ter produto para dois ou três meses nas distribuidoras. Nós estávamos com capacidade para cerca de um ano [de fornecimento]”, afirma o executivo.

€ 230 milhões 
(R$ 972 milhões) foi a receita da área agrícola na América Latina no 1º trimestre

4.500
são os funcionários no Brasil

 

Smartphone na montanha-russa

As vendas de smartphone no Brasil caíram 4% no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a consultoria GfK, que audita o setor.

O segmento caminhou na direção oposta da América Latina, que teve alta de 5% em faturamento nesse período.

O principal fator responsável pela queda brasileira é a forte base de comparação, segundo Rui Agapito, diretor da GfK no país.

A retração no mercado ocorre após resultados positivos em 2017, quando foram vendidos 43,5 milhões de unidades e a receita aumentou 11%.

“A retomada da categoria ocorreu no primeiro trimestre do ano passado, quando surgiram vários lançamentos. A queda deste início de 2018 é relativamente pequena perto dessa desproporção”, diz ele.

“O mercado de bens duráveis como um todo também teve um impulso em 2017 por causa da liberação [das contas inativas] do FGTS.”

A previsão é que a venda de smartphone termine este ano estagnada, diz Agapito.

 

Madeira para o exterior

A produção de móveis no Brasil subiu 8,9% no primeiro trimestre do ano após resultados fracos no ano passado, segundo o Sindmóveis (sindicato da indústria).

A alta foi influenciada pelo resultado da exportação, que representa quase 20% das vendas. Elas acumularam US$ 210 milhões (R$ 749,4 milhões) entre janeiro e abril, 14% a mais que no mesmo período de 2017. 

“Esse dado é resultado de negociações feitas no fim do ano. As exportações vão manter bom ritmo. A crise nos levou a buscar o mercado externo”, diz Denise Valduga, diretora-executiva da entidade.

O sindicato prevê este ano faturamento 3% maior que o de 2017 e alta de 10% nas vendas ao exterior.

 

Sotaque EUA e Reino Unido são os maiores destinos de móveis do país. Suas compras subiram respectivamente 20% e 10% no primeiro quadrimestre.

Liquidez A Fulpel, que vende copos biodegradáveis, vai investir R$ 4 milhões em duas máquinas para aumentar sua capacidade de produção.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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