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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Macaé, líder em royalties de petróleo, quer plano para diminuir as taxas

Custo para exploração de poços mais velhos é alto; medida manteria empresas na região

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foto aérea de plataforma de petróleo em alto mar
Plataforma da Petrobras no Campo de Barracuda, na Bacia de Campos, município de Macaé (RJ) - Rafael Andrade - 19.nov.2010/Folhapress

O prefeito de Macaé (RJ), Aluízio dos Santos Júnior (MDB), quer que a taxa de royalties dos campos de óleo que estão em declínio seja reduzida quando a produção atingir um determinado volume.

Royalties são compensações às cidades pela exploração de um bem mineral na área delas.

À medida que os poços envelhecem, custa mais para tirar o óleo, e as petroleiras evitam os campos maduros. A redução dos royalties tornaria essa extração mais competitiva.

Há uma proposta da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em consulta, para mudar o cálculo da taxa nesses casos. “Propusemos uma redução na curva incremental: por exemplo, o que exceder 1 milhão de barris gerará um valor mais baixo”, diz Aluízio.

Macaé é o município que mais recebeu dinheiro dessa origem em 2018 —foram R$ 210 milhões. A atividade industrial ligada à Bacia de Campos está concentrada lá, diz, e uma saída das petroleiras representaria perdas significativas.

Outras cidades beneficiadas pela Bacia, mas sem presença forte desse setor não têm esse incentivo, afirma. “Não há consenso entre os prefeitos.”

As reservas em terra no Nordeste também começam a declinar, diz Alejandro Duran, da Abespetro (das prestadoras de serviços). “Somos favoráveis a baixar os royalties porque a medida ativaria nosso setor.”

 

Após paralisação, empresas buscam advogados por indenizações

Empresas afetadas pela paralisação dos caminhoneiros começaram a procurar escritórios de advocacia para obter indenizações pelo não recebimento de mercadorias.

“Atores da indústria automotiva e do comércio exterior, por exemplo, têm nos consultado para avaliar se é possível demonstrar que houve dano e que há um responsável pelo problema”, diz Fabio Alem, sócio do Veirano.

Boa parte das empresas ainda contabiliza as perdas, mas algumas já avaliam litigar pelos valores, segundo Helena Abdo, do Cescon Barrieu.

“Um cliente do setor de produtos alimentícios previu prejuízo de R$ 20 milhões, por exemplo”, afirma.

A orientação até o momento tem sido evitar litígios porque os prejuízos ocorreram por motivos de força maior, diz Eliane Carvalho, sócia do Machado Meyer.

Em alguns casos, porém, esse princípio não se aplica, afirma Tiago Zapater, sócio do escritório Trench Rossi Watanabe, que também recebeu consultas.

“Tivemos alguns casos em que se conseguiu uma liminar para liberar a carga, mas, quando a polícia chegou ao local, não havia bloqueio.”

 

Chega de expansão

A Almaviva, de call centers, recebeu cerca de R$ 280 milhões de uma captação feita pela sua matriz na Itália.

O aporte foi usado para trocar as dívidas curtas no Brasil por outras mais longas no exterior e para reforçar o caixa para aquisições, afirma o diretor-geral Alberto Ferreira.

“Somos uma empresa com receita de R$ 1 bilhão e chegamos a um ponto em que não há como crescer mais de forma orgânica [sem aquisições].”

A Almaviva tem dois possíveis alvos de compra sob avaliação neste momento. 

“Procuramos empresas que faturem pelo menos R$ 100 milhões. Algo menor que isso daria tanto trabalho para incorporar que não valeria a pena”, afirma Ferreira.

Tornou-se necessário reduzir a representatividade do setor de telecomunicações, responsável por dois terços do faturamento atual, diz

“Clientes muito grandes, como os de telecom, possuem volume, mas trazem uma rentabilidade menor.”

30 MIL
são os funcionários

 

Pequenas endividadas

O número de micro e pequenas empresas inadimplentes cresceu 8,9% em março deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Serasa.

O baixo crescimento econômico de 2017 e dos primeiros meses de 2018 não conseguiu impulsionar os setores de serviços e comércio, nos quais mais de 90% dessas empresas atua, afirma Luiz Rabi, economista do birô.

O índice vem de um ciclo de altas sucessivas mensais. A projeção inicial para este ano era de queda, mas foi frustrada pela incerteza política e pelo aumento do desemprego, que afeta o consumo nesses segmentos, diz Rabi. 

“Se a inadimplência se mantiver nesse patamar no segundo semestre, será uma boa notícia. Agora, torcemos por uma estabilização”.

 

Via... O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, pretende criar uma “fast track” (caminho mais rápido) para acelerar exportações e gerar renda e empregos na cidade.

....expressa Cerca de 30 lideranças de entidades de vários setores se reuniram na sexta-feira (8) com Covas e o presidente da SP Negócios, Juan Quirós.

Lição de casa Em 30 dias, em reunião já agendada com a prefeitura, empresários deverão apresentar medidas para acelerar as vendas ao exterior.

Verde A Eletropaulo investiu R$ 9,6 milhões  em 28 veículos trituradores para reciclar os resíduos de podas de árvores, como galhos e folhas.

Merenda A Snack Saudável, de lanches infantis, vai abrir sua primeira franquia em São Paulo. Com 42 pontos no país, o plano é abrir mais nove unidades até o fim de 2018.

Caixa rápido A experiência do pagamento é a que mais conta na avaliação dos consumidores de compras presenciais, segundo 85% dos consumidores entrevistados pelo Centro de Inteligência Padrão.
 

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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