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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Troca de poder após 36 anos gera acusações em confederação do comércio

Candidato da oposição diz multa do TCU por nepotismo é 'mácula' do nome da situação

Maria Cristina Frias

Os dois grupos que devem se enfrentar nas eleições da CNC (Confederação Nacional do Comércio) trocam acusações.

Depois de 36 anos de liderança de Antonio Santos, a entidade, cuja receita prevista para este ano é de R$ 12 bilhões, terá no dia 27 de setembro uma eleição disputada por mais de uma chapa.

Movimentação de consumidores em loja no Bom Retiro, em São Paulo. - Rafael Hupsel/Folhapress

O grupo de oposição definiu que será representado por Adelmir Santana, da Fecomércio-DF. Já é o segundo nome que a corrente testa, depois da tentativa com o deputado federal Laércio Oliveira (PP-SE), do Sergipe.

“Eu havia sido escolhido em janeiro e fiz enfrentamentos na diretoria sozinho. Isso me trouxe desgaste na CNC, e o grupo achou que, se trocássemos o nome, talvez nós nos fortalecêssemos”, diz Oliveira. 
A corrente tem cerca de 5 dos 28 votos, afirma o candidato Adelmir Santana.

“Estou na luta para explicar que não se pode continuar com essa forma de gerir as coisas”, afirma. O oposicionista diz que o nome da situação, José Roberto Tadros, tem uma “mácula”: uma multa do TCU por nepotismo.

Quando Tadros era do conselho do Sebrae-AM, seu filho tinha cargo na entidade. Ele diz que vai recorrer e que o tribunal não entende o funcionamento do Sebrae.

Tadros diz que seu concorrente também elegeu o presidente atual: “O Adelmir está na entidade há 20 anos. Se esse grupo está à frente da CNC por 36 anos, foi com o voto dele”.

Ele não nega a sintonia com o incumbente, mas diz ser independente. “Tenho carreira sindical e sou formado em direito, não sou vassalo de ninguém.”

 

À espera das chuvas

O mercado livre de energia (em que clientes escolhem de quem contratar) se tornou menos vantajoso para novos clientes em 2018, sobretudo em São Paulo, segundo a comercializadora FDR.

O estado caiu cinco posições, desde janeiro, no ranking da companhia que mede quão viável seria migrar.

O reajuste tarifário das distribuidoras paulistas está menor que no resto do país e o preço a curto prazo, usado como referência, está acima da média histórica, diz o diretor-executivo, Erick Azevedo.

Uma migração mais forte rumo ao ambiente livre só deverá ocorrer em 2020, após o próximo ciclo de chuvas, diz Paulo Toledo, da Ecom.

“Temos aconselhado algumas empresas a não migrar este ano, apenas para prepararem toda a operação para quando os preços caírem.”

 

Bolão executivo

Rafael Paniagua
presidente da ABB no Brasil

O espanhol Rafael Paniagua, presidente da ABB no país - Karime Xavier - 25.jul.13/Folhapress

A Espanha deverá golear o Irã nesta quarta (20) por pelo menos três gols, diz Rafael Paniagua, presidente da ABB, de equipamentos industriais.

O espanhol torce para uma final entre Brasil e seu país, mas não escolhe um vencedor: “O coração fica dividido”.

A Copa do Mundo não afetou os planos da ABB para o Brasil, afirma o executivo. “Este ano tem sido bem melhor que 2017, tivemos crescimento neste trimestre e também deveremos ter no próximo.”

Ficha técnica

País: Espanha
PIB: Cerca de R$ 5,02 tri*
Inflação em 2017:  1,1%
Desemprego 1º trimestre de 2018:  16,7%
Principal importação do Brasil: Óleo bruto de petróleo

Seyed Ali Saghaeyan
embaixador do Irã no Brasil

Seyed Ali Saghaeyan, embaixador do Irã no Brasil - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Apesar do bom resultado diante do Marrocos, o Irã deverá ter mais dificuldades para  vencer a seleção espanhola nesta quarta (20), segundo o embaixador iraniano no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan.

“Eles estão entre melhores. Nós temos jogado bem e o esporte é muito popular entre meus conterrâneos”, afirma.

O diplomata vai torcer pela sua seleção, mas espera que o Brasil esteja na final. “Rússia e Senegal têm surpreendido e podem vencer também”, diz.

Ficha técnica
País: Irã
PIB: Cerca de R$ 1,56 tri*
Inflação em 2018: 12,1% (estimativa do FMI)
Desemprego em dezembro de 2017: 11,9%
Principal importação do Brasil: Milho

*em 2017, no câmbio atual

 

Gripe deverá custar R$ 14 bilhões a empresas do Brasil em 2018

O impacto financeiro provocado pela gripe em empresas que oferecem planos de saúde a funcionários no país deverá ser de R$ 14 bilhões neste ano, segundo a Advance Medical, de serviços médicos.

O valor é 16,6% maior que o registrado em 2017.

O levantamento leva em conta as entradas em PS (pronto-socorro) e os procedimentos médicos feitos por pacientes com a doença.

A infecção pelo vírus Influenza chega a responder por cerca de 30% da demanda nos PSs entre maio e setembro, diz a empresa.

O acesso ao atendimento de urgência e emergência corresponde em média a 15% dos custos dos planos, de acordo com o estudo.

“A maior parte desse gasto é desperdício porque 80% dos pacientes com gripe não precisariam de atendimento hospitalar”, afirma o diretor-geral, Caio Soares.

A epidemia em funcionários que não estão bem orientados sobre quando devem procurar atendimento aumenta em 5% a sinistralidade e influencia na alta dos planos, diz ele.

 

Desconto... A Petrobras fez um leilão de biodiesel que aumentou o valor do insumo em 8,5%. Isso deve atrapalhar mais os planos do governo para baixar o preço do litro do diesel em R$ 0,41.

...decrescente A alta impactará esse tipo de biodiesel em R$ 0,20, e como ele representa 10% do volume do diesel, na bomba isso significará R$ 0,02, segundo entidades do setor.

Pés A alíquota de tênis feitos fora do país foi mantida em 35% pela Camex. Os importadores tentavam reduzir para 20%.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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