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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Inflação de supermercados em junho é a maior já registrada desde 2000

Impulsionados por paralisação dos caminhoneiros, preços subiram 3,55% em relação a maio

Maria Cristina Frias
São Paulo
Gôndola de supermercado durante paralisação dos caminhoneiros com caixas de leite e cartaz com os dizeres "Venda de leite limitada a duas caixas por pessoa"
Paralisação dos caminhoneiros afetou preço de produtos como leite, que teve aumento de quase 20% em junho - Jardiel Carvalho - 26.mai.18/Folhapress

A inflação mensal nos supermercados em junho foi a mais alta dos últimos 18 anos, segundo a Apas (associação paulista do setor) e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Houve aumento de 3,55% nos preços em relação a maio. A principal causa foi a paralisação dos caminhoneiros, afirma Thiago Berka, economista da entidade setorial.

“No início do ano prevíamos um crescimento de 3% a 4% nos valores praticados nos supermercados em 2018. Passado o impacto da greve, poderemos ver uma leve elevação no ano como um todo, mas nada que ultrapasse os 5%”, diz ele.

A maior parte dos preços já está praticamente normalizada, com exceção do leite, que ainda tem tido alta em julho, afirma Marcio Valle, diretor-presidente da rede Coop.

O produto foi um dos que apresentou a maior variação em junho (19,28%). 

Além de uma parte da oferta ter sido descartada durante a crise dos caminhoneiros, o momento atual no mercado leiteiro é de entressafra, e a produção diminuiu devido à elevação dos custos.

Entre os itens que não tiveram aceleração na inflação estão produtos de higiene e bebidas alcoólicas.

“Houve até deflação no segmento de cervejas, por exemplo. Muito se deve às iniciativas da indústria para fazer promoções e aumentar o consumo da bebida durante Copa do Mundo”, diz o economista da Apas.

 

 

Bolão executivo

A França confirmou o favoritismo e foi campeã, mas essa não foi uma Copa em que as expectativas se confirmaram.

Times tradicionais perderam nas semifinais, como a Inglaterra, nas quartas, o Brasil, nas oitavas, como a Argentina, na primeira fase, como a Alemanha, ou nem mesmo participaram, como a Itália.

A Rússia 2018 foi a Copa do bolão com baixa pontuação. Os executivos que, durante o evento, palpitaram sobre placares, não foram imunes ao fracasso nas previsões.

Representantes de 14 países fizeram, neste espaço, 22 apostas sobre resultados, sempre nas vésperas das disputas.

Um, o sueco Bo Torrestedt, presidente para América Latina da Saab, acertou que a Suécia derrotaria a Suíça por 1 a 0.

Jens Olesen, cônsul da Dinamarca, não quis cravar um placar, mas disse que Croácia e França poderiam chegar à final.

Virginie Fernandez, diretora no grupo LVMH, acertou a campeã, mas não o placar.

A torcida é para que, na economia, as previsões possam se realizar com mais frequência.

 

Luxo compartilhado

O Prime Fraction Club, que vende frações de bens de luxo a clientes que se revezam na utilização, vendeu 20% da companhia para a empresa de participações Spinelli Holding.

Cerca de R$ 30 milhões serão destinados ao plano de expansão dos próximos três anos e uma parte do capital levantado na transação custeará os investimentos, segundo Marcus Matta, presidente da empresa.

“Planejamos, além de comprar novos ativos, investir em infraestrutura, tecnologia e em novas bases operacionais. Serão pelo menos duas nos próximos 12 meses.”

A companhia possui atualmente bases aéreas nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, além de pontos em praias de Paraty (RJ) e Guarujá (SP).

Outra parte do aporte, de valor não revelado, servirá de retorno para os acionistas atuais, do fundo de participações Patrimonial Blue.

14
são os ativos do Prime Fraction Club

R$ 180 milhões
é o valor estimado total dos carros, helicópteros, embarcações e aeronaves

 

Metro quadrado

O preço dos aluguéis na cidade de São Paulo fechou o primeiro semestre de 2018 0,6% abaixo do mesmo período do ano passado, aponta o Secovi (sindicato da habitação).

“O mercado está mais favorável aos locatários que aos locadores”, diz Mark Turnbull, diretor da entidade.

Em junho, no entanto , os valores subiram —apartamentos de um dormitório ficaram 1,2% mais caros.

Isso também aconteceu com os aluguéis de imóveis maiores, de dois ou três quartos, mas as taxas foram menores.

Trata-se de alta pontual, segundo Turnbull. “Na zona norte, no centro e em alguns bairros como Moema houve mesmo reação de preços, mas não se nota um movimento generalizado de alta de valores.”

A maioria dos locadores que colocaram imóveis no mercado tiveram que aguardar um período entre 18 e 45 dias para fechar um contrato.

 

Mostarda extra

A Hemmer, fabricante de molhos e condimentos, dobrará a sua produção de mostarda, maionese e ketchup em Santa Catarina, segundo Christian Luef, presidente da companhia.

A empresa investirá R$ 15 milhões em equipamentos para passar a produzir 4 mil toneladas, diz ele. O objetivo é que a expansão seja concluída no segundo semestre.

“O mercado como um todo atravessou uma retração há três anos e, à época, decidimos acelerar os aportes para ganhar mercado na retomada”, afirma.

A Kraft Heinz, uma das maiores fabricantes do mundo neste setor, adotou postura semelhante no Brasil.

A empresa anunciou um investimento de R$ 380 milhões em uma nova fábrica em Nerópolis (GO). A planta passará a produzir condimentos da marca Kraft, que serão lançados no país a partir deste ano.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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