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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Equipe de Bolsonaro quer antecipar mudanças no setor elétrico

Grupo quer alterações como abertura do mercado livre para clientes residenciais já para 2019

Maria Cristina Frias

A equipe de transição do governo Jair Bolsonaro planeja antecipar mudanças no setor elétrico previstas para o período de 2020 a 2026.

O grupo quer para o mais cedo possível alterações como a abertura do mercado livre para clientes residenciais, determinada para 2026, e uma Bolsa para contratos futuros, cujo estudo inicial deverá ser entregue em 2020.

Esse é o cronograma estipulado na proposta do novo marco regulatório, que tramita no Congresso.

Torres de transmissão de energia elétrica em São José dos Campos (PS). - Lucas Lacaz Ruiz - 15.set.15/Folhapress

Em um cenário ideal, as modificações ocorreriam em 2019, diz um integrante do time de Bolsonaro —há, no entanto, dificuldades para que sejam implementadas.

Uma delas é que as antecipações implicariam revisões de contratos em vigência, e não há intenção de alterá-los.

Existem também restrições técnicas e questões políticas que precisam ser resolvidas.

Um dos responsáveis pela área de energia não dizer quais as datas de implementação das novidades no marco regulatório —os prazos serão discutidos com agentes de mercado, e não decididos em uma sala, segundo ele.

“Não dá para mudar de um dia para o outro; haveria desequilíbrios de contratos, mas o calendário atual da modernização é muito longo”, diz João Carlos Mello, presidente da consultoria Thymos.

A fusão do ministério de Energia com o de Transportes, que foi cogitada, não deverá acontecer.

Outra questão pendente, a privatização da Eletrobras, ainda está em análise. Não se sabe se ocorrerá e de que forma. O aumento de capital sem que a União dê a contrapartida não está descartado.

 

Economia remunerada

A Comerc, que vende energia no mercado livre —em que grandes empresas escolhem seus fornecedores— vai investir R$ 50 milhões em projetos de eficiência energética em clientes corporativos.

“É uma área cada vez mais relevante para nós. As companhias nos contratam para estudar como reduzir o consumo, apresentamos um projeto, fazemos aportes e cobramos parte do valor poupado”, diz o diretor Marcel Haratz.

A comercializadora tem hoje 15 clientes no segmento, que representa 8% do faturamento da empresa. A projeção é que sejam ao menos 40 em 2019, entre indústrias, shoppings centers e hotéis.

“Os recursos serão concentrados em equipamentos de iluminação como lâmpadas de LED, refrigeração e motores de ar comprimido. Neste ano, o aporte foi de R$ 15 milhões”, afirma Cristopher Vlavianos, presidente da marca.

“Temos visto maior interesse por esse tipo de negócio. Os projetos costumam ter o retorno em cinco anos, em média. Na área de refrigeração, demoram em torno de oito anos”, diz ele.

A Comerc deverá crescer ao menos 30% em faturamento neste ano, segundo os executivos. A estimativa é que a receita bruta ultrapasse os R$ 2,4 bilhões em 2018. 

R$ 1,8 bilhão
foi o faturamento da comercializadora em 2017

7
são os escritórios no país

300
são os funcionários

800
são os clientes atualmente, em todas as áreas de negócio

 

Contratos de limpeza de ruas de SP deverão cair 14%, diz órgão

 

A Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) prevê que o valor a ser desembolsado pela Prefeitura de São Paulo pelo serviço cairá para R$ 67 milhões por mês —são R$ 84 milhões hoje, se for incluído o montante pago aos aterros.

A licitação registrou 17 propostas. Oito consórcios e nove empresas disputarão o contrato de seis áreas distintas da cidade.

No texto do edital, a soma dos pagamentos é de R$ 80,9 milhões, mas como um dos critérios de escolha é preço, deverá haver um desconto de cerca de 14%, segundo Evaldo Azevedo, diretor financeiro do órgão.

Os envelopes foram entregues na última segunda (12). Nenhum grupo poderá gerir mais de uma das seis regiões, pelas regras do certame.

“Separar São Paulo em seis áreas com contratos diferentes tem como propósito oxigenar o mercado e possibilitar que haja parâmetros para comparar a execução dos serviços das empresas.”

O Selurb (Sindicato Nacional de Empresas de Limpeza Urbana) divulgou uma nota com críticas: para a entidade, falta estudo de viabilidade técnica —a Amlurb diz que existe um, de 2003.

O sindicato, em nota, afirma que seus advogados vão à Justiça para tentar anular a licitação em curso.

 

Solução caseira

A indústria de silicone deverá encerrar 2018 com um crescimento próximo a 5%, segundo a Abiquim (associação do setor químico).

A melhora foi impulsionada pelo mercado interno, que tem compensado um volume menor nas exportações até o terceiro trimestre, afirma Paulo Vianna, membro da comissão setorial da entidade.

“Apesar de termos registrado um índice favorável de importações, na casa de 4%, notamos um decréscimo nas vendas externas, principalmente para países do Cone Sul, como Argentina e Colômbia”, diz ele.

As importações no período movimentaram US$ 206 milhões (R$ 779,4 milhões).

“Ainda não temos uma projeção para 2019, mas vemos com bons olhos uma retomada de áreas ligadas ao segmento, como a construção civil e a automotiva.”

 

Tecelagem... A indústria têxtil Fabril Scavoni vai construir uma fábrica em Itatiba, no interior de São Paulo, segundo o diretor comercial Laerte Maroni. O investimento previsto não é revelado pela companhia.

...no interior O terreno comprado tem 100 mil m², mas a planta terá 20 mil m². “É um projeto já pensado para futuras expansões. Nossa fábrica atual é de 1938 e se tornou pequena para nossas necessidades”, diz Maroni.

Franquias A rede de suplementos nutricionais e esportivos SNC, do grupo Pátria, projeta abrir 43 unidades até dezembro de 2019. A empresa possui 57 lojas em operação —as últimas duas inaugurações foram em São Paulo.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do que constava na nota "Tecelagem no interior", a nova planta da Fabril Scavone ficará em Itatiba, não em Indaiatuba.

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