Governadores fazem ressalvas à reforma da Previdência

Eleitos para comandar estados são importantes para garantir apoio do Congresso à proposta.

Bernardo Caram Mariana Carneiro
Brasília

Considerados peças-chave para garantir apoio do Congresso à reforma da Previdência, governadores eleitos fizeram ressalvas sobre as possíveis mudanças nas regras da aposentadoria e indicaram que podem não dar suporte integral à proposta.

Representantes de 20 estados se reuniram nesta quarta-feira (14) com o presidente eleito Jair Bolsonaro e os futuros ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Um dos temas em discussão foi a reforma da Previdência, pauta prioritária da equipe econômica de Bolsonaro.

O economista Paulo Guedes, indicado a ministro da Fazenda
O economista Paulo Guedes, indicado a ministro da Fazenda - Pedro Ladeira/Folhapress

Após a reunião, o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o grupo vai apoiar a reforma. Em seguida, o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), fez uma série de ponderações sobre esse apoio.

De acordo com o emedebista, parte dos governadores defende “algumas alterações” no que vem sendo negociado nessa área. Entre os pontos, está a diferenciação de tratamento entre trabalhadores rurais e urbanos e entre homens e mulheres.

“Que alguns direitos, principalmente os sociais, sejam garantidos nessa reforma para que não penalize os que mais sofrem, que não penalize as pessoas mais carentes”, afirmou.

O apoio dos governadores é considerado importante porque eles têm poder de negociação com deputados e senadores de seus estados.

Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), uma reforma da Previdência ampla exige apoio de ao menos três quintos dos deputados e senadores em dois turnos de votação em cada Casa.
Para o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), é preciso encontrar uma alternativa que ajuste as contas e respeite direitos.

“Não é razoável que se trabalhe com medidas que tenham impacto mais forte sobre os mais pobres, como é o projeto que está no Congresso. É preciso chegar naquilo que é, de verdade, privilégio”, disse.
Governadores também afirmam esperar uma definição concreta da equipe de Bolsonaro sobre qual será o formato da reforma.

“Estamos dispostos a ajudar, porque entendemos que é importante para o Brasil, mas temos que entender qual a reforma que será votada, efetivamente”, afirmou o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

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