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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Alta na venda de carros novos não é acompanhada pela de veículos usados

Financiamento de automóveis zero subiu 14% até novembro, enquanto de seminovos ficou estável

Maria Cristina Frias
São Paulo

O financiamento de carros novos teve um crescimento de quase 14% neste ano, enquanto o de usados está praticamente igual ao de 2017 —houve uma variação positiva de 0,24%.

Os dois mercados costumam ter desempenhos paralelos, segundo Elis Siquei ra, estatístico da Fenauto (federação dos revendedores de veículos usados).

“Os dois nichos são interligados e funcionam como uma engrenagem quando a economia vai bem —as famílias compram novos e levam os usados para negociar.”

A Fenauto calcula que para cada veículo zero que sai de uma concessionária, 3,5 seminovos são vendidos. Essa relação se desequilibrou com a crise econômica, diz Siqueira.

“A produção de carros caiu de 4 milhões para cerca de 2 milhões durante os anos de recessão. Se essa tendência não fosse revertida, seria fatal para o nosso setor, pois faltariam carros seminovos.”

O risco de a oferta de usados ser tão pequena a ponto de travar as vendas de novos é menor por causa de um tipo específico de cliente: as locadoras, segundo Ricardo Bacellar, sócio da KPMG.

“Parte significativa dos bons números de carros zero neste ano foi gerada por essas empresas, e geralmente elas repassam os veículos depois de um ano e meio.”

Outro fator que pode diminuir a demanda por usados são serviços de mobilidade, como os aplicativos, que não eram tão fortes como antes da crise econômica, diz. 

 

Olha o movimento

O número de recuperações judiciais nos últimos 12 meses até novembro teve um leve acréscimo, de 2,2%, em relação ao período anterior, segundo o Boa Vista SCPC.

Outros indicadores de desempenho de empresas, como os pedidos de falência, tiveram redução.

A tendência é de melhora generalizada, segundo Vitor França, economista do birô de crédito.

“A série histórica deixa nítido o movimento de recuperação; em 2018 houve queda significativa na inadimplência das empresas, o que se reflete na diminuição de requerimentos de falência.”

Os casos de pedidos de recuperação judicial de duas grandes livrarias, a Saraiva e a Cultura, são pontuais e não refletem uma piora financeira, segundo França.

“O que aconteceu nesse segmento foi específico com as grandes redes de varejo de livros, não com todas, e fruto de decisões empresariais.”

 

Escalada na saúde

O gasto de planos de saúde com consultas, exames e procedimentos deverá chegar a R$ 170 bilhões em 2018, 8,7% a mais que no ano passado, de acordo com a Abramge, associação das empresas de medicina de grupo.

A marca de R$ 150 bilhões foi atingida em 19 de novembro, 27 dias antes do registrado em 2017, segundo Marcos Novais, economista da entidade.

“O setor não têm ferramentas para inverter essa tendência de crescimento ainda, então, a evolução dos custos deverá ser mais acelerada no ano que vem”, diz ele.

O aumento das despesas assistenciais costuma ser repassado aos preços dos planos, assim como tratamentos que originalmente não constavam no contrato, mas são garantidos na Justiça.

“Múltiplos fatores contribuem para essa alta nos gastos. Há um efeito da incorporação de novas tecnologias, dos desperdícios, das fraudes e da expansão da rede.”

 

Roupa para homem

A Aramis, de moda masculina, prevê abrir até 12 lojas no próximo ano e reformar ao menos três de suas unidades principais em 2019, segundo o diretor-executivo da marca, Richard Stad.

“A ideia é chegar aos cem pontos de venda no ano que vem. Para atingir a meta, vamos concentrar operações próprias em capitais e chegar ao interior por meio de franquias”. Hoje, 48% da rede estão nas mãos de franqueados.

 
 

As operações que passarão por obras estão em São Paulo e Brasília, segundo ele.

A companhia, que inaugurou seu novo centro de distribuição unificado em Vitória, em novembro, estima crescer 10% em faturamento neste ano, e 17% em 2019.

A empresa também conta com 730 pontos multimarcas.

R$ 252 milhões
foi a receita bruta da rede no ano passado

87
são as operações atuais

740
são os funcionários

 

Manutenção nas próteses

O governo federal aprovou a manutenção de redução do imposto de importação para dispositivos médicos como próteses, sondas e cateteres.

A decisão foi tomada em reunião de comitê da Camex (secretaria de comércio exterior) na última sexta (28).

Os produtos chegaram a ser incluídos em uma revisão periódica feita pelo órgão, que reavalia semestralmente quais itens devem usufruir de subsídios fiscais.

As alíquotas em alguns casos iriam de 0% para 16%. A renúncia fiscal estimada é de aproximadamente R$ 166 milhões por ano.

A manutenção foi definida após relatórios com estudos de impacto da medida feitos por entidades como a Abraidi (que representa os importadores de dispositivos).

 

Boas vindas O primeiro contato do presidente da Suzano com os 16 mil funcionários após a compra da Fibria foi feito na última sexta (30), por videoconferência, em 62 pontos nas empresas.

É recorde O Impostômetro, painel que mede quanto o contribuinte pagou à União no ano, deverá chegar aos R$ 2,2 trilhões nesta quinta (6), segundo a ACSP (associação comercial de São Paulo).

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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