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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Em tendência de internacionalização, 'family offices' têm ganho de 18% ao ano

Uma em cada quatro famílias já mantém mais da metade do seu portfólio no exterior

Maria Cristina Frias

Apesar da tensão geopolítica internacional, cerca de 60% dos ‘family offices’ brasileiros (estruturas criadas por famílias com alto poder aquisitivo para administrar seus ativos) pretendem aumentar sua exposição fora do Brasil.

Uma em cada quatro famílias já mantém mais da metade do seu portfólio no exterior, segundo levantamento da ISE Business School.

A taxa de crescimento média de seus negócios foi de 18,5% no ano passado e 14% desde 2013. A carteira média sob gestão é de R$ 1,5 bilhão.

 

“O desenho formal é recente no país, poucos ‘family offices’ têm mais de dez anos. Eles são criados para ajudar também na capacitação de membros da família”, diz Pedro Belisário, coordenador do estudo.

A prática começou a ser adotada de maneira mais profissionalizada nos últimos anos, segundo Roberta Prado, professora da FGV.

“Inicialmente, eram estruturas que funcionavam até como concierge, gerenciavam por exemplo o uso de um helicóptero ou de imóveis e estabeleciam uma separação entre os bens dos negócios e das pessoas físicas”, diz ela.

“O modelo tem se sofisticado, com regras para participação dos membros familiares, políticas definidas sobre como e onde investir a longo prazo. Quem adota essas práticas têm ganhos cinco pontos maiores, em média”, diz Belisário.

“Conselhos de família em que há membros externos têm melhor governança, costumam fazer avaliação profissional de desempenho dos ativos e definem, de modo objetivo, o que descartar no portfólio”, afirma David Kallas, do Insper.

 

No G20, Brasil só perde da Argentina em inserção no comércio global

O Brasil é um dos membros do G20 com a maior disparidade entre o tamanho de seu PIB e a sua colocação no comércio exterior, afirma a CNI (confederação da indústria).

Embora seja a 8ª maior economia do mundo, o país é o 26º maior exportador —18 posições de distância, inferior apenas à da Argentina, de 20 posições.

Os dados refletem a baixa inserção do mercado brasileiro nas trocas com outros continentes, afirma Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento industrial da entidade.

“O Brasil acabou muito focado no Mercosul e na região da América Latina, sem aproveitar melhor a nossa força econômica, diz ele.

As maiores potências do mundo (Estados Unidos, China e Japão) estão também entre os maiores exportadores e importadores.

“Nunca tivemos um volume de acordos comerciais que nos permitisse ocupar uma posição privilegiada no mercado global”, diz Abijaodi.

“Apesar do tamanho da nossa economia, só temos vantagens competitivas em 3% do mercado mundial. O Chile tem acesso a 85%”, afirma.

 

Aporte em leitos

A BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo) vai investir ao menos R$ 78 milhões no ano que vem.

O montante será aplicado principalmente na expansão do número de leitos e na compra de equipamentos para a realização de exames médicos, segundo a diretora-executiva da marca, Denise Santos.

“Os aportes serão 50% maiores que os de 2018. Teremos leitos para convênios na unidade da Penha [na zona leste de São Paulo], que só atendia o SUS, e mais 30 no Hospital BP [no Paraíso, centro da capital]”, afirma ela. 

A companhia vai adquirir ainda aparelhos de ressonância magnética e tomografia.

Os recursos para a expansão são próprios. Para a compra dos equipamentos, parte do capital é financiada.

Uma prioridade da BP é crescer na área de oncologia, e a empresa avalia incorporar empresas que atuam no setor.

“Esse segmento já fatura cerca de R$ 500 milhões ao ano, um terço da nossa receita. Oferecemos os principais tratamentos.”

Beneficência Portuguesa

R$ 1,44 bilhão
foi o faturamento no ano passado

7.500
são os funcionários 

3.000
são os médicos, que atendem em três hospitais

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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