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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Farmacêutica americana decide encerrar sua única fábrica no Brasil

A planta produz 4 dos 10 medicamentos comercializados no mercado nacional pela marca

Maria Cristina Frias

A farmacêutica americana Eli Lilly vai fechar a sua única fábrica no Brasil, localizada no bairro do Morumbi, em São Paulo, que emprega cerca de cem funcionários.

A produção será transferida para Porto Rico, assim como a da Espanha. A transferência não tem relação com o desempenho da operação, segundo Karla Alcazar, gerente-geral da unidade brasileira.

A produção da companhia será transferida para Porto Rico - Leticia Moreira - 17.jun.10/Folhapress

“Crescemos 22% [em 2018] e, em 2019, seremos a maior subsidiária da América Latina [hoje é o México]. É uma decisão estratégica global que não afeta nosso negócio no Brasil. Ainda seguiremos por aqui por muitos anos”, diz a executiva.

A fábrica brasileira produz quatro dos dez medicamentos comercializados no mercado nacional, além de embalar parte dos importados.

Todos os remédios fabricados no país são comprimidos. “São produtos que não têm mais patente e que têm vendido menos nos últimos anos”, afirma.

A previsão é que a transferência de tecnologia para Porto Rico e o fechamento da planta leve de 2 a 3 anos.

A prioridade da multinacional será a comercialização de medicamentos mais avançados e caros, como biológicos, que hoje representam 40% das vendas localmente.

No ano que vem serão pelo menos três lançamentos em áreas como imunologia, oncologia e diabetes, diz Alcazar.

US$ 18,12 bilhões
(R$ 70,97 no câmbio atual) foi o faturamento no acumulado de 2018 até setembro

38,6 mil
é o número de funcionários no mundo

600
são os empregados no Brasil

1953
é o ano de inauguração da fábrica da Lilly no país

 

Temer legaliza jogo esportivo em que apostador sabe quanto ganhará

A legalização das apostas esportivas de cota fixa (em que o apostador sabe de antemão quanto ganhará se vencer) abrirá à iniciativa privada a possibilidade de explorar o jogo.

Pela norma, sancionada por Temer nesta quarta (12), a União credenciará operadores privados para oferecer esse tipo de aposta. O Ministério da Economia fará a regulamentação.

“Haverá estudos para saber qual é o formato mais adequado. Poderá ser por concessões ou autorizações”, afirma Alexandre Manoel Ângelo, secretário de loterias da Fazenda.

No primeiro caso, haveria um número fixo de operadores. No segundo, teria a licença quem atender a requisitos mínimos.

“Já é possível jogar pela internet em sites hospedados no exterior. Aposta-se, por exemplo, que um time de futebol ganhará determinada partida e se sabe quanto se receberá”, diz Pedro Trengrouse, da FGV.

“A lei peca ao já estabelecer o destino de porcentagens fixas da receita a ser obtida, como é feito com a loteria. Há risco envolvido no negócio.”

“Essa configuração é sustentável e trará competitividade”, afirma Ângelo.

 

Farmácia em todo lugar

O Grupo DPSP, que controla as redes de farmácias São Paulo e Pacheco, vai abrir ao menos 120 unidades no próximo ano, segundo o presidente da companhia, Marcelo Doll.

“Temos visto um adensamento de lojas no setor e maior competição, mas atravessamos esse momento com solidez. A empresa continuará o ritmo de expansão”, afirma.

A companhia, que administra 1.300 lojas, inaugurou 110 neste ano e reformou 400 pontos de venda. A previsão é revitalizar no mínimo 100 em 2019, segundo o executivo.

A empresa não descarta realizar aquisições, mas “prioriza o crescimento de forma orgânica”, de acordo com Doll.

“Os genéricos [que têm margem menor] em alta e o cenário econômico mudaram a dinâmica do segmento. Mesmo assim, estamos entre as redes com melhor resultado”, diz, sem revelar números.

A receita do setor cresceu 7,2% no acumulado do ano até outubro, na comparação com o mesmo período de 2017, segundo a Abrafarma, associação da qual o DPSP faz parte.

R$ 8,82 bilhões
foi a receita líquida do grupo no ano passado

 

Ainda na UTI

A soma das 20 maiores dívidas protegidas por recuperação judicial alcançou R$ 154 bilhões, aponta a consultoria Alvarez & Marsal.

É uma queda de 1,4% em relação ao ano passado. As maiores recuperações de 2018 são a de Viracopos, com R$ 7,5 bilhões, e do grupo Constelllation (ex-Queiroz Galvão Óleo e Gás), com R$ 5,7 bilhões.

A Schahin e a Usina São Fernando saíram do ranking porque entraram em falência.

Empresas que protocolaram o pedido na Justiça neste ano haviam negociado com seus credores antes, mas não melhoraram o resultado, segundo Eduardo Seixas, diretor da A&M.

“É possível que haja outras grandes companhias que precisem usar o mesmo recurso nos próximos meses. A economia deverá ter bom desempenho, mas leva tempo para que a alta do PIB chegue ao resultado dos negócios.”

 

Onde é a minha mesa?

A Fundacentro, uma autarquia ligada ao Ministério do Trabalho, não sabe o que vai acontecer com ela no próximo governo, segundo a presidente do órgão, Leonice da Paz.

A entidade, responsável por estudos sobre segurança no trabalho, tem 250 servidores, segundo Paz.

“Não sabemos a quem a Fundacentro responderá. Fizemos uma carta de apresentação à equipe de transição”, afirma.

Informalmente, foi dito a ela que a autarquia será vinculada ao Ministério das Mulheres, Família e Direitos Humanos, que será chefiado por Damares Alves.

Uma das funções da Fundacentro é indicar 2 dos 15 membros de uma comissão que determina normas de segurança no trabalho.

“Sem o Ministério do Trabalho, há uma indefinição sobre esse tema também.”

 

Novas... A lei que regulamenta as apostas esportivas de cota fixa despertou o interesse da plataforma Sua Aposta, em que é possível dar palpites sobre corridas de cavalo, até então a única modalidade permitida no país.

...possibilidades A empresa vai fazer investimentos em software para operar também com jogos de futebol, por exemplo. Hoje, o tíquete médio é de R$ 50 por jogador, segundo o sócio André Gelfi.

Liquidez A cada R$ 1 que o Brasil gera na economia, são consumidos 6 litros de água, aponta a Agência Nacional de Água, que cruzou seus dados com os de contas nacionais. O consumo familiar médio é de 108 litros por dia.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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