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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Paralisação do governo americano trava andamento de visto a investidor

Documento concedido a quem aporta pelo menos US$ 500 mil nos EUA tem sofrido atrasos

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São Paulo

A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, encerrada por Trump  nesta sexta (25), travou o andamento de solicitações de vistos de residência no país por investidores, segundo empresas que assessoram interessados.

O bloqueio, o maior da história americana, foi iniciado após o Congresso do país rejeitar a liberação de recursos demandados por Trump para a construção de um muro na fronteira com o México.

O Brasil é um dos que mais solicita a modalidade do documento, chamado de EB-5 —perde para China, Índia, Taiwan, Coreia do Sul e Vietnã.

Em 2018, 388 brasileiros obtiveram esse tipo de “green card” 38% a mais que em 2017. Para consegui-lo, é preciso aportar ao menos US$ 500 mil (R$ 1,9 milhão) em empreendimentos nos EUA e gerar pelo menos dez empregos por dois anos.

“Como a análise da solicitação leva em média 18 meses e a crise impulsiona os pedidos, o número deverá crescer mais”, diz George Cunha, advogado e autor do guia da Amcham (câmara americana de comércio) sobre o tema.

“O bloqueio atrasou as entrevistas nos consulados”, afirma.

“Os novos pedidos foram recebidos, apesar da paralisação. Taxas cobradas pelo governo financiam essa parte do processo”, diz Ana Elisa Bezerra, da LCR Capital Partners.

O processamento, porém, está afetado, o que trava o trâmite, segundo Fernando Mello, da EB-5 Green Card Capital.

O consulado dos EUA em São Paulo diz que só tem se manifestado sobre temas de “segurança de vida ou segurança nacional.”

 

Olhar fora do núcleo

O grupo atacadista Destro deverá investir cerca de R$ 30 milhões em 2019, segundo o diretor-geral Emerson Destro.

Os recursos, porém, não deverão ser aportados na atividade principal da companhia, de distribuição e fornecimento de produtos para pequenos varejistas, e sim em negócios mais incipientes.

“Começamos um novo braço de perfumarias há cerca de um ano e meio e vamos abrir agora a nona operação. Esperamos chegar ao fim deste ano com 12 a 15 lojas próprias.”

Por causa da recessão dos últimos anos, hoje trabalhamos com capacidade ociosa [no atacado]. Houve crescimento de 2% a 3% no faturamento, mas, em volume, registramos perda. É preciso recuperar isso antes de expandir.”

2.300
são os funcionários

 

Para o banheiro e a cozinha

A fabricante de metais sanitários Docol adquiriu o controle da Mekal, de pias e peças de aço inox. As empresas deverão manter seus nomes e as operações separadas.

A marca atua em segmentos voltados a um público de alta renda, mas sem presença nacional forte.

Queremos usar nossa rede de distribuição para fazê-la crescer 20% ao ano”, diz o presidente da adquirente, Guilherme Bertani.

O valor da transação não foi revelado e os controladores anteriores da adquirida permanecerão como acionistas minoritários.

Além da compra, a Docol planeja investir R$ 30 milhões em equipamentos para sua planta neste ano.

A companhia exporta para 47 países e suas vendas ao exterior colaboraram para o crescimento de 3% de receita em 2018. A projeção para este ano é de 8% de alta.

R$ 400 milhões
foi a receita da Docol no ano passado

R$ 20 milhões
foi o faturamento da Mekal em 2018

 

Hora de aplicar

Os bancos deverão adotar tecnologias de inteligência artificial para intermediar a relação dos correntistas nos próximos anos, de acordo com pesquisa da Deloitte.

“As interações da vida financeira, como fluxo de pagamentos de conta, sugestão de investimentos e lembretes serão automatizadas”, afirma Sergio Biagini, que lidera o setor de indústria de serviços financeiros da consultoria.

A pesquisa foi a quarta sobre serviços financeiros que a Deloitte preparou para apresentação no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

 

Preços comportados

O custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 3,34% no ano passado, segundo a FecomercioSP (federação do comércio). O valor é 0,5 ponto percentual inferior ao registrado em 2017.

Os serviços relacionados à educação foram os que tiveram maiores reajustes no período (5,95%). 

As taxas de inflação das áreas de transporte e alimentação, porém, foram as que mais influenciaram o indicador, segundo Guilherme Dietze, economista da entidade.

“Esses dois grupos representam quase 45% do custo das famílias, e tiveram leves reajustes por conta dos preços de combustíveis e da paralisação dos caminhoneiros, por exemplo. De modo geral, os preços ficaram estáveis”, diz.

A tendência é que o aumento das passagens de metrô e ônibus (de R$ 4 para R$ 4,30) influencie o dado nos próximos meses.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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