A Associação dos Produtores de Teatro (APTR) publicou em uma rede social um posicionamento contrário à declaração do diretor de teatro Roberto Alvim, que convocou profissionais do teatro "que se alinham com os valores conservadores" para "aproveitamento em uma série de projetos". "Vamos criar uma máquina de guerra cultural", completou Alvim.
"Fazer uma convocação oficial de currículos de pessoas que se alinhem com o poder vigente é rasgar todos os compromissos de Estado assumidos com o povo brasileiro", diz o texto da APTR. "A Constituição Brasileira garante o direito à liberdade política e cultural. A APTR defende o direito dos trabalhadores do teatro, sem distinção".
Alvim, que afirma estar recebendo ataques do setor cultural desde que apoiou Bolsonaro, viajou na segunda (17) a Brasília, onde se encontrou com o ministro da Cidadania, Osmar Terra. Em conversas com interlocutores, o diretor diz que foi convidado para exercer um cargo no governo e que irá aceitar.
"O Roberto, como cidadão, tem o direito de pensar e agir desde que esteja dentro da lei, como ele quiser. A partir do momento em que é convidado para um cargo público a ideologia dele como cidadão não me importa. Mas importa ele como homem público e participante de um governo que aplica políticas de estado" diz à coluna Eduardo Barata, presidente da APTR.
"Ele tem que estabelecer essa diferença entre homem privado e homem público. Ele é um diretor mega talentoso. Não concordo com as opiniões políticas e ideológicas dele, mas o respeito como homem do teatro", segue Barata.
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