Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Ala desenvolvimentista amplia ataque e diz que Guedes é 'idiota' e 'primário'

Ministro tenta brecar ampliação de gastos em pacote de obras federais que extrapolariam teto de gastos

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As falas do ministro Paulo Guedes, da Economia, de que ministros que aconselham Jair Bolsonaro a furar o teto de gastos estão levando o presidente para "uma zona de impeachment", intensificaram o tiroteio interno contra ele no governo.

De acordo com um auxiliar do presidente que defende um amplo programa de obras federais para debelar a crise, Guedes é "o maior fura-teto" do governo, que já gastou R$ 926 bilhões, de forma excepcional, para conter os danos causados pelo novo coronavírus.

O ministro estaria, nesta visão, fazendo Bolsonaro e todo o país embarcarem em uma narrativa falsa, já que a própria crise explodiu o teto e elevou o déficit fiscal.

Desta forma, incluir em ações emergências um pacote de obras e de programas sociais não alteraria a situação fiscal de forma significativa. E ajudaria o país a se recuperar, de acordo com a ala desenvolvimentista da equipe de Bolsonaro.

De quebra, alavancaria a popularidade do presidente, que é candidato à reeleição.

As palavras usadas contra Paulo Guedes são duras: "idiota", "bobo político" e "primário" são algumas delas.

A narrativa é que Paulo Guedes não consegue perceber que há alternativas que permitiriam a inclusão das obras e de gastos sociais no orçamento sem que elas alterassem o problema fiscal.

O ministro se limitaria a repetir palavras de ordem sem sentido prático, interditando uma discussão razoável sobre o problema.

Liderada pelo ministro Walter Braga Netto (Casa Civil), a ala desenvolvimentista tenta articular um programa de despesas com obras que extrapolaria o teto. Isso seria possível se elas fossem consideradas emergenciais.

Braga Netto é apoiado por outros militares e pelos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Tarcísio Freitas (Infraestrutura).

Como a Folha mostrou na terça (11), o grupo tentou colocar R$ 35 bilhões em obras no orçamento fora do teto.

A reação de Paulo Guedes brecou a iniciativa.

​Na terça (11), o ministro da Economia escancarou as divergências, aproveitando o pedido de demissão do secretário Salim Mattar (Desestatização) e de Paulo Uebel (Desburocratização) para criticar os "conselheiros" que pretendem convencer Bolsonaro a ampliar gastos.

O presidente sinalizou nesta quarta (12) que, pelo menos publicamente, apoia Paulo Guedes. Ele disse, em mensagem publicada nas redes sociais, que é a favor da privatização e do teto de gastos.

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