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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Coronavírus

David Uip se recusa a fazer acordo com quem vazou sua receita de cloroquina

Audiência sobre o assunto será realizada no dia 11 deste mês

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O médico infectologista David Uip não fará acordo de conciliação com o gerente da farmácia que vazou a receita médica dele na qual era prescrito difosfato de cloroquina. A decisão foi anunciada pela defesa de Uip nesta segunda (1º), antecipando-se à audiência judicial sobre o caso que será realizada no dia 11 deste mês.

Em abril do ano passado, uma imagem da receita atribuída ao infectologista, que foi coordenador do Comitê de Contingenciamento do Governo de São Paulo, veio a público. No dia 23 de março, o infectologista havia sido diagnosticado com Covid-19.

O gerente da farmácia em questão é acusado pelo crime de violação de sigilo profissional, que pode ter pena de detenção de três meses a um ano.

De acordo com o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que representa Uip, a recusa em aceitar conciliação se dá pelo fato de que o médico "suportou enorme sofrimento, quando foi alvo de incontáveis manifestações de ódio" por causa do vazamento "em grupos de WhatsApp, da receita da vítima, na qual esta se autoprescrevia o medicamento cloroquina para ser adquirido e eventualmente ministrado".

Com o vazamento da receita, Uip passou a ser atacado em redes sociais pelo suposto uso do medicamento no tratamento da Covid-19. Questionado sobre isso em diversas ocasiões, o médico se negou a informar se lançou mão da droga ou não. "Não faço isso para esconder nada, mas não quero transformar meu caso em modelo para coisa alguma", disse Uip na época.

O assunto virou uma questão política, com o presidente Jair Bolsonaro, entusiasta do medicamento, cobrando uma resposta de Uip. O médico reagiu, respondendo a Bolsonaro em uma entrevista coletiva do governo paulista naquele mesmo mês.

"Presidente, eu respeitei seu direito de não revelar seu diagnóstico. Respeite meu direito de não revelar meu tratamento. Eu nunca revelei o tratamento dos meus pacientes. Eu nunca revelei doenças dos meus pacientes sem ser autorizado. Presidente, por favor, me respeite e respeite o meu direito de privacidade."

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