Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Pouco uso de palavrões por Bolsonaro reforça tese de que ele sabia que Kajuru divulgaria a conversa

Bolsonaro é conhecido por usar com naturalidade palavras de baixo calão

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A suspeita de que Jair Bolsonaro sabia que o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) divulgaria conversa que teve com ele no sábado (10) foi reforçada no STF (Supremo Tribunal Federal) depois que se constatou que, em 6 minutos e 20 segundos de um bate-papo supostamente reservado, o presidente da República não falou palavrões.

BOCA SUJA  

Os primeiros trechos da conversa foram divulgados no domingo (11).Eles mostravam um presidente moderado, sem dizer uma única palavra de baixo calão. Só um dia depois Kajuru revelou a integridade do diálogo. E então Bolsonaro apareceu chamando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de “bosta”.

MENOS É MAIS 

Um palavrão apenas, no entanto, foi considerado insuficiente para afastar as suspeitas de que o presidente se controlou porque sabia que a conversa poderia vir a público.

BEM ALTO 

Bolsonaro é conhecido por usar com naturalidade palavras de baixo calão. No jantar com empresários em São Paulo, na semana passada, ele disparou várias delas e chegou a chamar o governador de São Paulo, João Doria, de "vagabundo, caralho".

DESDE SEMPRE

Na reunião ministerial que foi divulgada no ano passado por ordem do STF depois da demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça, Bolsonaro repetiu 43 palavrões e xingamentos, como "putaria", "estrume", "filho da puta" e "vai pra puta que o pariu, porra".

FIO CONDUTOR

O convencimento geral entre magistrados e políticos, portanto, segue sendo o de que a conversa foi vazada com conhecimento de Bolsonaro, como diz o próprio Kajuru. Ela ajudaria a estruturar a narrativa bolsonarista de que o presidente é vítima de perseguição e de que o universo político joga com duas medidas: uma para emparedá-lo e outra para poupar governadores, prefeitos e ministros do STF. ​

ARQUIVO

A informação de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) vai acionar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) depois que ele divulgou conversa que teve com Jair Bolsonaro também foi vista como um jogo de cena da família do presidente da República: o órgão do parlamento não funciona há quase dois anos.

ARQUIVO 2 

A última reunião dos 15 senadores que o integram foi no dia 25 de setembro de 2019, quando o colegiado foi instalado —e nunca mais se reuniu.

QUARENTENA

com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO

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