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Descrição de chapéu Coronavírus

Governo Doria manterá calendário em SP mesmo sem vacina da Janssen

Doses do imunizante da Johnson & Johnson não entraram no cálculo que permitiu a antecipação da campanha de vacinação no estado

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O governo de São Paulo não deve alterar o calendário de vacinação da população maior de 18 anos por causa das incertezas em relação à vacina da Janssen.

O estado deve receber 678 mil doses do imunizante da Johnson & Johnson, ou 22,6% do total de 3 milhões que a farmacêutica prometeu entregar ao Brasil ainda no mês de junho.

A antecipação das datas de imunização, anunciada no domingo (14) pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no entanto, foi feita sem incluir no cálculo as doses que poderão ser ainda fornecidas pelo laboratório norte-americano.

Seringas com a dose única da vacina da Janssen, em Los Angeles (EUA) - Frederic J Brown - 25.mar/France Presse

Caso elas sejam entregues em SP nos próximos dias, serão então incluídas no pacote.

Nesta segunda (14), a Janssen informou que não entregará mais as 3 milhões de doses aguardadas para a terça (15). O Ministério da Saúde diz esperar que, apesar da suspensão, as vacinas cheguem ao Brasil ainda nesta semana.

No domingo, Doria anunciou em suas redes sociais que antecipou a vacinação em SP e que até o dia 15 de setembro toda a população acima de 18 anos "já terá recebido a primeira dose da vacina".

De acordo com cálculos do secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, apenas para os paulistas de 40 a 59 anos que serão atendidos em junho e julho serão necessárias 7,4 milhões de doses, que devem ser fornecidas pelo Instituto Butantan, pela Pfizer e pela Fiocruz, que produz a vacina de Oxford/AstraZeneca.

A vacina da Janssen é aguardada com expectativa por governadores e prefeitos porque a imunização com ela é feita apenas com uma dose, o que acelera a imunização coletiva.

O anúncio do Ministério da Saúde pegou os gestores de surpresa, já que o desembarque das vacinas já estava confirmado para a terça (15).

Os 3 milhões de doses da vacina da Janssen (Johnson & Johnson) que vão chegar ao Brasil ainda neste mês têm prazo de validade até 27 de junho e precisam ser aplicadas impreterivelmente até esta data.

O prazo curto entre a chegada do imunizante e a aplicação lança um desafio logístico de grandes proporções para os gestores, o que gera tensionamento. Eles terão pouco mais de uma semana para receber e distribuir as doses para os municípios de seus estados.

O próprio Ministério da Saúde recomenda que as doses da Janssen sejam usadas apenas nas capitais. O governo de SP, no entanto, planejava distribuí-la para as 645 cidades do estado.

O ministério diz também que fará uma ampla campanha de utilidade pública incentivando as pessoas a procurarem os postos de saúde.

A pasta afirma ainda que o país tem capacidade de aplicar até 2,4 milhões de doses de vacinas por dia, e que em poucas horas as da Janssen estarão nos braços de 3 milhões de brasileiros depois que desembarcarem no Brasil.

A vacina fabricada pela Johnson & Johnson tem eficácia de 85% na prevenção de casos graves e oferece proteção completa contra hospitalização e morte por Covid-19, segundo estudo divulgado em janeiro.

Ela tem a vantagem de ser aplicada em uma única dose, facilitando a imunização coletiva.

É a primeira vacina em dose única em estágios avançados de pesquisa e pode ser armazenada em geladeira.

O desempenho do imunizante e as facilidades logísticas relacionadas ao armazenamento e distribuição fazem com que ela seja considerada uma das melhores para aplicação em países em desenvolvimento.

O Ministério da Saúde assinou um acordo com a Janssen para a aquisição de 38 milhões de doses da vacina da empresa, com previsão inicial de entrega de 16,9 milhões de doses entre julho e setembro e 21,1 milhões de outubro a dezembro.

Na semana passada, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que conseguiu antecipar a entrega de 3 milhões de doses para o mês de junho.

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