Um estudo sobre a epidemia da Covid-19 na cidade de São Paulo revela que a campanha de vacinação na capital enfrenta uma subnotificação racial: mais da metade (61%) das pessoas que receberam o imunizante não tiveram sua cor identificada pelo sistema de saúde.
SINTOMA
Mais: o não-preenchimento do campo chega a 93% em áreas com maior padrão de renda e população majoritariamente branca. Os dados são do Instituto Pólis e consideram óbitos e aplicações de imunizantes feitas até 19 de junho deste ano.
LUPA
"Conhecer o perfil da população vacinada, e isso inclui sua raça, é importante para o monitoramento da campanha de vacinação, assim como de qualquer outra política pública", afirma a coordenadora-geral do Pólis, Danielle Klintowitz. “O padrão de omissão da informação pode ser entendido como sintoma do racismo estrutural dentro do sistema de saúde e do modo com que se opera a produção de dados", segue.
DESCOMPASSO
O estudo ainda aponta, a partir de dados cruzados, que os bairros que concentram a maior parte das populações negra e de baixa-renda da capital são também os que têm os menores índices de vacinação —e os que seguem registrando mais mortes de pessoas abaixo dos 60 anos.
CONTINUIDADE
“Não é certo repetir o mesmo modus operandi da primeira fase da vacinação em que a priorização, exclusivamente etária, concentrou doses nos lugares que apresentam menores taxas de óbitos, agudizando as desigualdades”, afirma o Pólis.
JUNTOS
O estudo é assinado pelos pesquisadores Danielle Klintowitz, Jorge Kayano, Lara Cavalcante e Vitor Coelho Nisida, do Instituto Pólis, Deivison Mendes Faustino, da Unifesp, e Olinda do Carmo Luiz, da USP.
SOM
Para celebrar o aniversário de um ano do seu disco “Rhonda”, a cantora Silvia Machete lançará em agosto uma versão remixada da obra. No mês passado, o álbum ganhou uma edição de luxo em vinil.
com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO
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