Mônica Bergamo

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Chefe da PM que convocou para ato bolsonarista contra STF e chamou Doria de 'cepa indiana' é afastado do cargo

Ele foi chamado para dar explicações

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O chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7), coronel Aleksander Lacerda, foi afastado de suas funções depois de convidar "amigos" para a manifestação bolsonarista do dia 7 de setembro em Brasília.

Ele foi chamado pelo comando-geral da PM para "prestar esclarecimentos".

"A Corregedoria da instituição, que é legalista e tem o dever e a missão de defender a Constituição e os valores democráticos do País nela expressos, analisa as manifestações recentes do oficial", diz a instituição em nota.

Homem fardado discursa em tribuna ao microfone
O coronel da PM de São Paulo Aleksander Lacerda, afastado por João Doria de cargo de comando após fazer convocações para ato bolsonarista no 7 de setembro e atacar o governador - Agnaldo Pereira/Câmara Municipal de Sorocaba

Já o governador João Doria afirmou à Folha que "indisciplina não será admitida na PM, que respeita suas regras e suas funções".

Convocada inicialmente pelo cantor Sérgio Reis com apoio de produtores de soja, ela foi classificada pela Procuradoria-Geral da República como "tentativa de levante" já que eles anunciavam que invadiriam e "quebrariam" o Supremo Tribunal Federal caso ministros da Corte não fossem afastados.

O coronel da PM paulista não se limitou a fazer a convocação para os atos. Ele também disse em rede social que o governador João Doria é uma "cepa indiana", chamou o presidente do Senado (DEM-MG) de "covarde" e o deputado Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado, de beneficiário de um esquema "mafioso".

O coronel Lacerda tinha sob suas ordens 7 batalhões da PM paulista, cuja tropa de cerca de 5.000 homens é desdobrada em 78 municípios da região de Sorocaba, sede do CPI-7.​

As manifestações foram reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Os atos do coronel foram, até agora, os mais explícitos da contaminação do bolsonarismo na PM paulista. Lacerda é comandante da ativa e não poderia se manifestar sobre política, ao contrário de homens da reserva, que podem participar de manifestações.

A influência do bolsonarismo nas polícias militares é tema constante e motivo de temor de autoridades, que temem pela indisciplina nos quartéis.

Bolsonaro vem cortejando as forças policiais lançando inclusive um programa de financiamento da casa própria voltado exclusivamente para eles.

O temor é de que ele tente o apoio das PMs para forçar uma ruptura constitucional que, se não for vitoriosa, no mínimo causará conturbação e violência no país.

Um motim exigiria intervenção das Forças Armadas, hoje divididas em relação a seu papel no governo de Bolsonaro.

Leia a íntegra da nota da PM:

"A Polícia Militar do Estado de São Paulo informa que o coronel Aleksander Toaldo Lacerda foi afastado das suas funções à frente do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7). A Corregedoria da instituição, que é legalista e tem o dever e a missão de defender a Constituição e os valores democráticos do País nela expressos, analisa as manifestações recentes do oficial, que foi convocado ao Comando Geral para prestar esclarecimentos.​"

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