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Fundação Palmares diz que voltará a incluir Elza Soares na lista de personalidades

Órgão excluiu o nome da cantora em 2020; nesta sexta (21), porém, pôs Sidney Poitier no grupo

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A Fundação Palmares afirmou que voltará a incluir o nome da cantora Elza Soares, que morreu aos 91 anos nesta quinta-feira (20) por causas naturais, na lista de personalidades negras da entidade —mas não informou quando isso será feito.

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A cantora Elza Soares, em seu apartamento no Rio de Janeiro, em março de 2021 - Lucas Seixas - 3.mar.2021/Folhapress

A confirmação foi feita à coluna pela assessoria de imprensa da fundação, após ser questionada se, com a morte da artista e toda a comoção em torno, ela seria novamente incluída no rol. A resposta, via email, foi positiva.

Em dezembro de 2020, o órgão ligado ao governo federal e dirigido pelo autodeclarado "negro de direita" Sérgio Camargo excluiu o nome de 27 negros de sua lista de personalidades homenageadas, incluindo o de Elza.

Também saíram do grupo ícones como a escritora Conceição Evaristo e os cantores Gilberto Gil e Martinho da Vila. A justificativa era de que ali só haveria homenagens póstumas.

Nesta sexta-feira (21), um dia após a morte de Elza, a Palmares anunciou que incluiu o bahamense-americano Sidney Poitier, primeiro ator negro a vencer um Oscar, na lista. Ele morreu aos 94 anos no início deste mês.

"É homenagem póstuma somente para quem tem mérito e relevância histórica e cultural", escreveu o presidente da Palmares, Sérgio Camargo, em suas redes sociais, ao justificar a decisão.

Em nota publicada na quinta, a Palmares afirmou que "expressa profundo pesar" pela morte da artista brasileira, celebrada mundialmente pela voz marcante e atuação política e social. Camargo compartilhou a publicação em suas redes sociais, mas não fez nenhum outro comentário.

A Fundação Palmares foi criada em 1988 com o objetivo de preservar a cultura negra.

A Secretaria Especial da Cultura, liderada por Mario Frias, também fez uma publicação nas redes sociais. "Nossos sentimentos aos familiares e amigos. Fica o seu legado", diz o texto. O próprio secretário, porém, não deu declarações.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) também não se manifestou sobre a morte da cantora, que foi uma crítica de seu governo.

Elza Soares, que foi considerada a "voz do milênio" em uma votação de 1999 da rádio BBC de Londres, foi velada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta.

JOELMIR TAVARES (interino), com LÍGIA MESQUITA, BIANKA VIEIRA e MANOELLA SMITH

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