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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Brasileiras lembram Charles 'bem vestido' e olhar piedoso da rainha Elizabeth em visita a SP

Representantes da monarquia britânica visitaram a escola St. Paul's em suas passagens pelo Brasil

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Em 1968, quando a rainha Elizabeth 2ª visitou o Brasil, a professora Penny Freeland tinha 21 anos e estava grávida da sua primeira filha. Um dos pontos visitados pela monarca em São Paulo foi a tradicional escola britânica St. Paul’s, onde Penny trabalhava.

Imagens da visita do príncipe Charles à escola St. Paul’s, em São Paulo, em 1978
Imagens da visita do príncipe Charles à escola St. Paul's, em São Paulo, em 1978 - Arquivo Pessoal

"Estava um dia quente e muito bonito. Eu estava bem grávida e inchada, a rainha parou na minha frente e não falou nada. Mas deu um desse olhares como que dizendo para mim: 'coitada de você nesse calor'", relembra a professora.

"A gente recebeu instruções de que não era para iniciar uma conversa. Se ela [a rainha] falasse primeiro, poderíamos responder. Mas estávamos tão nervosas [com os protocolos] que ninguém queria ser abordada pela rainha", completa Penny, entre risos.

Filha de pais britânicos, Penny nasceu no Brasil. Em 1953, o pai dela fez questão de levar toda a família para Londres para acompanhar a coroação de Elizabeth, que assumia o trono aos 25 anos.

A consultora Marina Edge e a professora Penny Freeland estiveram presentes na visita do príncipe Charles ao Brasil, em 1978
A consultora Marina Edge e a professora Penny Freeland estiveram presentes na visita do príncipe Charles ao Brasil, em 1978 - Divulgação

Na ocasião, vários lojistas alugaram cadeiras nas vitrines de seus estabelecimentos para o público saudar a nova rainha em seu trajeto na carruagem real pelas ruas londrinas. "Eu estava com seis anos e o meu pai me fez prometer que, se ele me levasse, eu nunca ia esquecer dessa ocasião", diz.

"Mas o que eu mais lembro é de fazer a promessa. Não me recordo muito da coroação em si", acrescenta, rindo. "Lembro das carruagens e que estava chovendo. E também foi a primeira vez na vida que eu vi televisão, porque tinha uma TV no canto da loja para assistirmos a cerimônia que ocorreu na Abadia de Westminster."

Questionada se irá acompanhar a coroação de rei Charles no ano que vem, Penny não descarta a possibilidade. "Quem sabe vou a uma segunda coroação", afirma.

Ela também esteve presente quando o então príncipe Charles visitou a escola St. Paul’s, em 1978, embora não tenha tido muito contato com o monarca.

"Ele foi muito educado e estava bem vestido. É um homem típico da classe alta britânica", afirma. "Charles disse na ocasião que achava que São Paulo iria progredir muito bem, a não ser que a cidade ficasse completamente paralisada pelo trânsito", recorda Penny. "Acho que ele acertou [na previsão]", opina.

Prima da professora, a consultora de comunicação Marina Edge tinha seis anos e também participou do evento realizado na escola para receber Charles. Apesar de recordar da data com um carinho especial, ela admite que ficou um pouco frustrada. "Como eu era criança, a minha expectativa era de ver o futuro rei com uma coroa. Quando ele passou na minha frente, eu acho que alguém falou: 'Olha o príncipe Charles'. E eu pensei: Mas cadê a coroa?."

Como um de seus filhos mora na Inglaterra, Marina diz acreditar que irá conseguir ir para Londres acompanhar a coroação de Charles como rei.

Penny afirma ter esperanças de que, em sua nova função, o soberano possa continuar o seu trabalho como defensor das causas ambientais. "Espero que isso seja a prioridade do reino dele. A rainha não dava opiniões, mas como Charles já falou muito sobre o assunto, acho que ele terá a possibilidade de fazer algo com isso. A minha esperança é que ele vá usar o legado dele para salvar o mundo", afirma.

Já Marina tem opinião diferente. "Agora que é rei, ele não vai poder falar como falava quando era príncipe. O chefe de Estado não pode ter ideias políticas. Não pode ser à direita nem à esquerda, tem que ser neutro. As pessoas vão perceber uma mudança no perfil dele", analisa.

Para as duas, o rei Charles 3º seguirá os passos da mãe. "É indescritível a trajetória que a rainha teve, a sua dignidade e humildade. No mundo que a gente vive agora de política polarizada, de muitas mudanças drásticas no cenário político mundial, ter uma rainha constante como chefe de Estado é algo único e muito importante para a comunidade britânica não só no Reino Unido, mas em todo o mundo", conclui Marina.


TELINHA

A atriz Naruna Costa interpreta a personagem Anabela em "Rota 66 - A Polícia que Mata", do Globoplay
A atriz Naruna Costa interpreta a personagem Anabela em 'Rota 66 - A Polícia que Mata', do Globoplay - Aline Arruda/Vans Bumbeers/Divulgação

A atriz Naruna Costa posa para foto caracterizada como Anabela, personagem que interpreta em "Rota 66 - A Polícia que Mata", do Globoplay. Na série, que estreia no próximo dia 22, o marido da personagem é assassinado por policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a Rota, grupo de elite da Polícia Militar do estado de São Paulo.

Com um filho pequeno e grávida de outro, ela vai fazer de tudo para provar que o marido não era um bandido. "A trajetória da Anabela está para além do luto e é marcada pela luta", diz a atriz. A produção é baseada no livro "Rota 66", escrito pelo jornalista Caco Barcellos.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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