Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Eleições 2022

Debate tem candidatos de Lula e Bolsonaro posando juntos, metáfora com sutiã e santinho para faxineiros

Postulantes ao Governo de SP e apoiadores se reuniram em evento realizado por Folha, UOL e TV Cultura

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"Hoje vai ser muito light", disparou o ex-prefeito de São José dos Campos Felicio Ramuth (PSD), candidato a vice-governador na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), minutos antes de ser iniciado o debate entre os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, na noite de terça-feira (13).

Ramuth celebrava o preparo e a tranquilidade de Tarcísio para participar do evento realizado por Folha, UOL e TV Cultura, em São Paulo. E apostava em um desempenho melhor do que o do confronto ocorrido no início de agosto, na TV Bandeirantes. "O primeiro debate era o primeiro, né? O primeiro a gente nunca esquece. Que nem o primeiro sutiã", disse à coluna, rindo.

O ex-prefeito Felicio Ramuth, candidato a vice na chapa de Tarcísio de Freitas ao Governo de SP - Ronny Santos - 13.set.2022/Folhapress

O postulante a vice-governador manteria seu prognóstico até o final da transmissão, mas a sugestão de leveza não faria jus à imagem que marcou o evento realizado no Memorial da América Latina, na capital paulista.

Após o encerramento do debate, um confronto entre o deputado estadual paulista Douglas Garcia (Republicanos) e a jornalista Vera Magalhães terminaria com um celular sendo arremessado a metros de distância pelo jornalista Leão Serva.

Embora tenha tomado as redes sociais desde a madrugada desta quarta-feira (14), o tumulto durou poucos minutos e não foi visto com clareza por grande parte dos presentes, que perguntavam a todo momento quem era o deputado envolvido.

Duas horas e meia antes do episódio, o clima era amistoso no saguão do auditório Simon Bolívar.

Adversários na disputa pelo Senado, o ex-governador Márcio França (PSB-SP) e o ex-ministro da Ciência Marcos Pontes (PL-SP) se cumprimentavam e trocavam sorrisos. O primeiro tem seu nome incensado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o segundo, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Vem aqui tirar uma foto", disse França, sem cerimônia, antes de entrelaçar seu braço esquerdo com o direito de Pontes para registrar o clique. "Ele já foi do meu partido", explicou o socialista em seguida, rememorando a filiação do astronauta em 2013.

Os candidatos ao Senado por São Paulo Márcio França (PSB) e Marcos Pontes (PL), que lideram as pesquisas de intenção de votos - Ronny Santos - 13.set.2022/Folhapress

A plateia de Tarcísio de Freitas reuniu nomes de primeira hora do bolsonarismo, como o empresário e presidente do PTB em São Paulo, Otávio Fakhoury, e o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten —que deixou o auditório após o encerramento do primeiro bloco do debate, dizendo estar cansado por ter acordado muito cedo.

A ocasião era dedicada aos candidatos estaduais, mas Fakhoury não escondeu seu entusiasmo com a campanha de Jair Bolsonaro pela reeleição. "Acho que o fato de o presidente estar colando no Lula é bom para os investimentos no país", disse.

O presidente do PTB-SP disse considerar "uma bobeira" Bolsonaro ter dito que passaria a faixa da Presidência após uma eventual derrota neste ano e que poderia deixar a política.

"Acho que pegaram ele num dia de desânimo. Por exemplo, você vê o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] tirar a sua campanha do ar e fica desanimado. Mas acho que ele não pensa nisso, não. Se pensasse, não teria nem concorrido", afirmou Fakhoury.

Apesar de ter sido o alvo preferencial de Fernando Haddad (PT) e de Tarcísio de Freitas durante o embate, o atual governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), foi acompanhado por uma comitiva otimista. "Vamos para o segundo turno, certeza. Vamos para o segundo turno, pode escrever", disse à coluna o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB).

Foi a plateia de Garcia, inclusive, a primeira a romper o silêncio que perdurou por quase 30 minutos durante a transmissão do debate pela TV Cultura. Pouco antes de o programa começar, todos foram orientados a não se manifestar sob a pena de ser retirado por seguranças.

A ameaça, contudo, não inibiu as palmas e os gritos que passaram a ocorrer com mais frequência conforme o evento se aproximava do fim. Tampouco censurou risadas, que se repetiam a cada vez em que o candidato do PDT ao Governo de São Paulo, Elvis Cezar, dizia já ter sido prefeito de Santana de Parnaíba (SP).

Na saída do Memorial da América Latina, o ex-ministro Marcos Pontes distribuiu santinhos de sua campanha a funcionários que faziam a limpeza do local. "Não pode perder tempo, né?", disse ele, que se preparava para ir a Presidente Prudente (SP) para cumprir uma agenda com Jair Bolsonaro nesta quarta. "Eles estavam falando que vão votar em mim. Falei para não esquecer."

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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