O clima é de animação (e um calor do cão) nos salões do Copacabana Palace, na noite deste sábado para domingo (19), no Rio de Janeiro. Mas Isabelita dos Patins, 74, figura outrora fulgurante nos carnavais do Rio, descansa tristinha em um canto perto da varanda.
Ela aproveita para ficar bem na saída do ar condicionado, onde está mais fresco. "Minha pressão está quase caindo", diz, sem parar de se abanar.
Isabelita está jururu. Pela primeira vez em décadas, ela não vai para o Sambódromo, está sem trabalho no Carnaval. Começa a faltar grana. "O que eu ganhava nesta época dava para me manter por seis meses. E agora?", pergunta a drag mais famosa do Rio - talvez do país - desde que deu um beijinho no rosto do então ministro da economia Fernando Henrique Cardoso, em 1993.
A falta de reconhecimento e os convites que não vieram a fizeram valorizar ainda mais o Copacabana Palace, que fez questão de sua presença no baile de gala em comemoração aos 100 anos do hotel. "Fico até emocionada, vim com meus patins que eu já nem uso mais, só raramente. Tenho medo de cair e fazerem piada", diz Isabelita, pouco antes de posar com uma fã. "Viu? As pessoas ainda têm muito carinho por mim", diz, orgulhosa.
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