Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu universidade

Assalto a mão armada leva pânico a estudantes da PUC-SP

Um homem entrou em um bar em frente à universidade, atirou para o alto e levou celulares; ninguém ficou ferido

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Um bar em frente à PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) no bairro de Perdizes, na zona oeste da capital paulista, frequentado por estudantes, foi assaltado a mão armada na madrugada desta quinta-feira (9). Ninguém ficou ferido.

Segundo testemunhas ouvidas pela coluna, um homem, com uma arma em punho, apareceu por volta das 0h30 e começou a apontá-la aos estudantes que bebiam na calçada, exigindo seus pertences. O bar, chamado Luar De Paraty, fica localizado na rua Ministro Godói e é um ponto de encontro comum entre os estudantes da PUC.

Bar Paraty, em frente à PUC-SP, após assalto
Bar Paraty, em frente à PUC-SP, após assalto - Leitor

O empresário Lucas Bernardo, 26, estava na calçada do bar quando o criminoso chegou. O ex-estudante da PUC, que mora na região, foi uma das primeiras pessoas abordadas pelo homem.

"Ele apontou a arma na minha direção e na dos meus amigos e pediu para entrarmos no bar", conta. "Ele estava muito nervoso, claramente alterado, e pediu nossos celulares."

"Eu deixei o meu [aparelho] no chão, mas algumas pessoas ficaram sem reação [devido ao nervosismo] e ele começou ameaçar matar alguém", continua. Foi nesta hora, segundo Lucas, que o homem deu um tiro para o alto.

O criminoso, segundo ele, não tentou roubar o caixa do local e foi embora levando os celulares. "Uns dois, três minutos depois, ele retornou ao bar e ameaçou de novo o atendente, dizendo para fechar as portas, senão ia matá-lo", recorda. Depois de fechar as portas, o grupo acionou a polícia.

"Quando meu amigo percebeu [o que estava ocorrendo], olhou para mim e disse: ‘Pega suas coisas e vamos subir, é um assalto’", lembra Helena Barros, 23, que se formou em direito na universidade no ano passado e estava ali para visitar colegas.

Ela deixou uma de suas mochilas, que continha documentos, roupas e um celular antigo, em cima da mesa para escapar do assalto. Helena e o amigo, o estudante Gabriel Fernandes, 24, subiram para o último andar do estabelecimento, que tem uma laje.

"Foi tudo muito rápido. Eu vi que ele [assaltante] estava segurando umas cinco pessoas lá fora e pensei: 'Se a gente sair correndo agora, ele não vai atrás', mas foi tudo bem tenso e estressante", narra Gabriel.

Do último andar do bar, a dupla de amigos e um grupo de cerca de seis pessoas que também estavam no bar pularam o muro e se refugiaram na sacada de um apartamento desocupado do prédio vizinho. Eles ficaram deitados por cerca de 20 minutos e ouviram um disparo de dentro do estabelecimento.

"Um dos meninos [que estava com o grupo] viu que a porta da sacada do apartamento tava aberta. Entramos e chegamos a pensar em nos esconder no banheiro", lembra Helena. "Quando vimos que a porta [de entrada] estava aberta, descemos até a portaria pela escada de emergência e ligamos para a polícia".

"Ficamos no corredor da portaria [até a polícia chegar]. Estávamos com medo de sair."

O também estudante de direito Francisco Almeida, 22, estava no fundo do estabelecimento quando viu seus colegas de curso entrarem pelo bar e alertá-lo sobre o assalto. Ele acompanhou o grupo até a laje.

"É uma adrenalina tão grande. Eu vi a galera pulando [o muro], mas pensei: 'Não tenho condição de pular e de invadir um apartamento. Então eu vi um vão, bem exíguo, entre a caixa d'água e o chão [da laje]. Eu, que sou um homem de quase dois metros [de altura], me enfiei lá", conta.

"Fiquei lá, parado, respirando pela boca, rezando pelos santos", continua Francisco. Depois de um tempo, lembra, ouviu passos se aproximando. "Pensei: 'F*deu. Ele [assaltante] está vindo para cá', mas afinal eram as outras pessoas que ficaram no bar e subiram após o homem ter ido embora."

O estudante afirma que elas estavam em estado de choque.

"Havia uma menina chorando, passando mal. A gente não sabia o que fazer. Se rezava, se agradecia. Ninguém esperava que algo do tipo acontecesse, especialmente em frente à PUC. O entorno [do campus] é super mal iluminado, mas eu não esperava que chegasse a esse ponto."

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirma à coluna, em nota, que foi acionada à 0h38. E confirmou que o homem realizou disparos para o alto do bar, acertando algumas garrafas, mas ninguém ficou ferido.

No local, os policiais "receberam a informação de que um criminoso armado em uma moto vermelho abordou um homem de 24 anos, que estava na frente do bar", diz a nota da SSP.

"A vítima entregou o celular e foi levada para dentro do estabelecimento. No local, o assaltante abordou mais cinco clientes, além do proprietário, e chegou a atirar para o alto, acertando algumas garrafas. Ninguém ficou ferido. Um motociclista que passava perto do local também teve o celular roubado", segue.

O criminoso fugiu em seguida levando os celulares das vítimas.

Segundo a SSP, foram solicitados exames periciais. O caso foi registrado como roubo a estabelecimento comercial e disparo de arma de fogo no 91º DP (Distrito Policial).

Procurada, a PUC-SP não quis se manifestar sobre o caso.


FLASH

O fotógrafo Bob Wolfenson recebeu convidados no lançamento da obra "O Livro Falado", que reúne fotos de toda a sua carreira. O evento ocorreu na segunda (6), em SP, no Museu da Imagem do Som (MIS), que organiza uma exposição de produções do artista. A vice-presidente e o presidente do Instituto Olga Kos, Olga e Wolf Kos, passaram por lá. O fotógrafo João Farkas e o designer Kiko Farkas estiveram presentes.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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