O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defende que o Banco Central (BC) investigue o que chama de ilegalidades praticadas no envio de relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) à CPI do 8 de janeiro.
A instituição, que abriga o órgão de combate à lavagem de dinheiro, atualmente é comandada por Roberto Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-mandatário.
No mês passado, um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) enviado ao Congresso pelo Coaf apontou que Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões em doações via Pix nos seis primeiros meses deste ano. Na ocasião, Flávio classificou o vazamento da informação sigilosa como um "assassinato de reputação sem precedentes".
Em conversa com a coluna nesta quinta-feira (17), o senador reafirma o seu posicionamento e diz que o Coaf enviou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) informações que extrapolariam o que havia sido requisitado.
"É difícil acreditar que não foi de propósito, porque pegou exatamente o período das doações que o presidente Bolsonaro recebeu via Pix. É difícil acreditar que não houve uma maldade", afirma.
"O requerimento que foi aprovado na CPMI é para relações internacionais e por um período, se eu não me engano, [que vai] de abril de 2022 a junho de 2023. Eles [Coaf] mandaram até julho de 2023, e desde 1º de janeiro de 2022. Um período diferente do que foi solicitado pela CPMI", acrescenta.
Questionado se o Banco Central de Roberto Campos Neto deveria tomar alguma medida em relação às suas queixas, o senador responde positivamente. "Sim. Ele tem que ter um processo administrativo disciplinar para ver quem foi que enviou isso de forma equivocada."
Flávio ainda sugere que o vazamento do relatório, inicialmente enviado à comissão sob sigilo, alimenta uma "bateria de narrativas falsas" em relação ao seu pai. "Obviamente, houve uma ilegalidade. Isso é fato."
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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